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Crédito faz o varejo ter melhor janeiro desde 2001

O crédito farto garantiu um início de ano aquecido para o comércio. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou ontem um aumento de 2,35% nas vendas do varejo em janeiro em relação a dezembro, no quarto crescimento consecutivo ante mês anterior. Na comparação com igual mês de 2005, a expansão foi de 6,54%, a maior para janeiro desde o início da série histórica da pesquisa, em 2001.

O coordenador de serviços e comércio do IBGE, Reinaldo Pereira, avalia que o setor iniciou 2006 com tendência de recuperação e aceleração nas vendas. O diretor executivo da Fecomércio-SP, Antonio Carlos Borges, também vê um quadro positivo e avalia que 2006 será um ano bom para o varejo, que se beneficiará da tranqüilidade no quadro da sucessão presidencial, do bom desempenho das exportações – que aumenta o nível de atividade econômica – e da maior demanda no mercado interno, com a continuidade do estímulo do crédito.

Pereira observou que o crédito permanece como principal estímulo para o aumento das vendas do comércio, ainda que sejam visíveis também efeitos do aumento da massa salarial e do emprego. Como exemplo, ele cita o crescimento nas vendas do grupo de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo em janeiro (5,97% sobre dezembro e 2,97% ante janeiro de 2005), atribuído a uma nova tendência de mercado.

Segundo o técnico do IBGE, o desempenho das vendas desse setor, antes estritamente vinculado ao rendimento dos trabalhadores, agora também está ligado ao crédito. Outro motivo apontado por Pereira para o bom desempenho do setor é a recuperação da renda e do nível de emprego. Esse grupo é o de maior peso na pesquisa mensal.

Além do crédito, o câmbio também contribuiu para o bom desempenho de alguns segmentos do varejo. É o caso do grupo de equipamentos e material para escritório e informática, cujas vendas cresceram 112,77% em janeiro deste ano ante igual mês de 2005 e já acumulam 63,77% em 12 meses. Para esse segmento, não há dado comparativo a mês anterior.

Na contramão da trajetória do varejo, as vendas de combustíveis e lubrificantes continuaram caindo em janeiro em todas as bases de comparação.

SUPERMERCADOS

Segundo a Associação Brasileira dos Supermercados (Abras), as vendas do setor recuaram 1,5% em fevereiro em relação ao mesmo mês de 2005, em termos reais (descontada a inflação). Sobre janeiro, a queda é de 4,31%. O setor acumula, no ano, um recuo de 1,84% sobre o mesmo período do ano passado.

A Abras explica, porém, que a queda em fevereiro em relação a janeiro se deve ao menor número de dias úteis. Já o recuo sobre fevereiro de 2005 foi provocado pelo carnaval, quando um maior número de pessoas está fora de suas residências e, portanto, consome menos alimentos.

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