A apreensão com os prejuízos que a geada que atingiu as regiões canavieiras na última semana possa trazer às lavouras resultou em uma enorme valorização nas cotações do açúcar em NY.
De acordo com relatório da Archer Consulting o primeiro contrato listado, agora com vencimento para outubro/2021, fechou cotado a 18.21 centavos de dólar por libra-peso, subindo 155 pontos em relação à sexta-feira anterior, equivalentes a 34 dólares por tonelada.
Em reais, a subida chegou próximo a R$ 140 por tonelada, refletindo também a média das próximas safras 22/23 (subindo 70 reais por tonelada) e a 23/24 (55 reais por tonelada).
De acordo com Arnaldo Luiz Corrêa, diretor da consultoria, embora essa alta excessiva tenha como pano de fundo a preocupação dos efeitos da geada, nove entre dez usineiros consultados descartaram qualquer dano significativo nos canaviais em decorrência do frio.
“Como apenas 35% da cana foi colhida até agora, qualquer área atingida ainda teria tempo suficiente para se recuperar. Se tivermos uma geada no final de agosto, com esse mesmo perfil, aí sim seria comprometedor, pois prejudicaria a cana da próxima safra”, explicou.
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O relatório aponta ainda que o mês de junho terminou com a média de fechamento do açúcar em NY em 17.23 centavos de dólar por libra-peso, 3 pontos melhor do que aquela observada no mês de maio. Para julho, a média, com base na curva de 20 anos, deverá ser de 17.98 centavos de dólar por libra-peso. Informa ainda que os fundos não-indexados aumentaram a posição comprada na semana (terça contra terça) em 5,500 lotes.
“Agora eles estão comprados um total de 190,500 contratos, mas tudo indicando que o volume na sexta-feira possa ter passado de 200,000 contratos”, informa.
Segundo ainda dados do relatório, o etanol hidratado, depois de negociar algum tempo com prêmio sobre o açúcar em NY, encerrou a semana, base B3 com desconto médio de 100 pontos. “A gasolina (preço da Petrobras) está defasada em relação ao mercado internacional (cerca de R$ 0,30 por litro)”, conclui Corrêa.