JornalCana

Cotação do açúcar cai 3% em Nova York

São Paulo e Nova York – Câmara aprova alíquota de 17% para doces, chocolates e derivados importados da Argentina. As cotações do açúcar despencaram ontem no mercado internacional. Segundo traders, as notícias de que a Rússia está fora do mercado, a falta de compradores nos mercados asiáticos e a espera de traders para fechar novos negócios, que reclamam dos altos preços dos fretes marítimos foram considerados fatores baixistas. Os fundos resolveram liquidar posições e os preços futuros do açúcar demerara caíram 3,2% em Nova York e os do açúcar refinado recuaram 1,65% na bolsa de Londres.

Os contratos para outubro do açúcar demerara fecharam ontem cotados a 6,92 centavos de dólar por libra-peso na Coffee, Sugar and Cocoa Exchange (CSCE), em queda de 0,23 centavo na bolsa norte-americana. Já os contratos para outubro do açúcar refinado fecharam ontem cotados a US$ 225,80 por tonelada com baixa de US$ 3,80 em comparação aos US$ 229,60 do pregão anterior da London International Financial Futures and Options Exchange (Liffe).

Síria no mercado

Traders informaram que a Síria adquiriram ontem 26 mil toneladas de açúcar demerara e refinado para entrega prevista entre 10 de junho e 10 de julho. Bangladesh começou uma série de ofertas de compras de açúcar refinado para entrega no final de maio e há expectativa de que haverá mais compras por parte do Paquistão.

A tendência para os próximos meses, porém, é de elevação nos preços, na medida em que a Índia, um dos maiores produtores e consumidores mundiais de açúcar, enfrenta problemas climáticos e há previsões de queda de 25% na produção de açúcar nesta safra, em comparação à anterior. Segundo informações de traders, a produção totalizará apenas 15 milhões de toneladas, em comparação às 20 milhões de toneladas obtidas no ano passado.

Novas barreiras

As barreiras criadas pela Argentina às importações de açúcar do Brasil poderão resultar em uma represália brasileira, em igual medida à imposta ao produto brasileiro pelos argentinos. A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados aprovou ontem projeto de lei apresentado pelo deputado Mendes Thame para que os produtos derivados do açúcar, como balas e chocolates, importados da Argentina sejam tributados em 17%, alíquota que corresponde à barreira adicional imposta pelo governo argentino ao açúcar importado do Brasil.

Thame explica que a exportação de açúcar brasileiro para a Argentina torna-se inviável, pois acaba sendo taxada em 32%, já que há uma tarifa de 15%, para corrigir as vantagens comparativas da produção nacional. Segundo o deputado, a criação da barreira aprovada terá pouca expressão do ponto de vista econômico. As exportações argentinas de balas e chocolates para o Brasil não passam de US$ 77 milhões ao ano (ver mais Pág.A-5).

Mas, segundo acredita o deputado, ganha importante significado do ponto de vista estratégico, já que a Argentina adota expedientes parecidos para outros produtos, como o trigo e farinha de trigo. Para garantir mercado para o produto argentino no Brasil, as importações de trigo de terceiros países são tributadas em 12%.

O produto argentino está isento, mas o deputado defende importações livres do produto comprado em outros mercados, como o canadense. Além de garantir ao consumidor brasileiro um produto de melhor qualidade, como é o trigo canadense, seriam eliminadas distorções causadas pela burla das regras negociadas no âmbito do Mercosul.

(Finanças & Mercados12)(Isabel Dias de Aguiar, Paulo Soares e DowJones Newswires)

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram