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Cosan tem até oito meses para decidir como pagar pela Esso

A aquisição dos ativos brasileiros da Esso pela Cosan terá prazo de seis a oito meses para ser concretizada. Segundo a direção das duas empresas, o tempo será usado para os procedimentos de compartilhamento dos serviços de TI (Tecnologia da Informação) da Esso em para que a Cosan defina como vai pagar pela compra.

Dos US$ 826 milhões que serão pagos, a empresa já separou US$ 310 milhões oriundos dos recursos adicionais levantados com investidores durante o recente aumento de capital promovido por ela. Os US$ 516 milhões restantes ainda serão definidos.

“Nós temos mais de US$ 1 bilhão em caixa, além de uma linha de financiamento de pouco mais de US$ 500 milhões”, disse o vice-presidente financeiro da Cosan, Paulo Diniz. Além do financiamento, também negocia a entrada de equity investors (investidores especializados em compra e venda de participações em empresas). “Temos essas opções. Até o final da transição veremos qual é a melhor para a empresa”, explicou. O pagamento para a ExxonMobil, dona da Esso, será feita à vista no final dessa transação.

Segundo a empresa, os recursos levantados durante o IPO (oferta pública de ações) da Cosan Limited – controladora da Cosan – não serão utilizados na aquisição. Esses recursos estão preservados para negócios em açúcar e álcool.

Sobre as ofertas de outras empresas, como a Petrobras e do Ultra, o presidente da Esso do Brasil, Carlos Piotrowski, disse que preferiu a da Cosan pelo valor. “A Cosan fez a melhor proposta financeira”, disse, negando que a Petrobras perdeu a disputa porque poderia ocorrer um embaraço jurídico gerada pela concentração de postos de combustíveis que a BR Distribuidora teria.

Verticalização

Para Diniz, o negócio traz um novo item ao mercado de combustíveis: a criação de uma integração vertical, onde a mesma empresa será responsável desde o plantio da cana-de-açúcar até a venda do álcool. “A Cosan se integra aos novas paradigmas do mercado”, disse Diniz.

Porém, ele revelou que as negociações com fornecedores e clientes de Cosan e Esso serão mantidas, mesmo que a venda de álcool pelos postos Esso seja equivalente à produção de álcool da Cosan. O ideal, segundo ele, é manter as estruturas separadas na prática, onde cada uma fará os seus negócios conforme o que for melhor para cada.

Sobre o ramo de fabricação e venda de lubrificantes, ramo que passará a atuar com a aquisição da Esso no Brasil, Diniz diz estar interessado. “Os lubrificantes são 20% da receita da Esso. É um ramo interessante”, explicou.

No acordo de compra da Esso do Brasil, a Cosan também adquiriu por um período não divulgado o direito de comercialização e de marca dos lubrificantes da ExxonMobil no Brasil, como por exemplo o Mobil 1.

Exxon

Apesar da venda, a ExxonMobil manterá algumas atividades no Brasil, informou Piotrowski. “A Exxon ainda está muito interessada no Brasil. Temos a exploração com mais dois sócios de um bloco [de petróleo], temos participações no setor petroquímico e a sede do suporte de operações de mais de 50 países em Curitiba”, explicou.

Já sobre a venda dos ativos da Esso na Argentina, ele negou que vá acontecer – pelo menos enquanto não a empresa não receber uma oferta tentadora. “Após a análise das ofertas [de compra], a Exxon resolveu manter os ativos da Argentina”, disse. (Ygor Salles)

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