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Cosan prevê novas aquisições quando o preço do álcool cair

O Grupo Cosan, maior produtor de açúcar e álcool do Brasil, espera que a temporada de fusões e aquisições no setor se reaqueça dentro de um ou dois anos. O vice-presidente-geral da companhia, Pedro Mizutani, afirmou ao DCI que o crescimento na produção de etanol no Brasil nos próximos meses deverá deprimir o preço, derrubando também o preço dos ativos do setor.

A projeção do executivo é baseada em uma regra simples: a relação entre oferta e demanda. Ele avalia que existe um grande risco de que os preços do álcool desabem quando a maior parte das 90 usinas em construção no Brasil entrarem em operação, dentro de uma ou duas safras.

Quando isso ocorrer, a oferta deverá ter crescido mais rapidamente que a demanda. “O excesso de oferta vai gerar um processo de consolidação no setor”, afirma Mizutani.

Após uma temporada de aquisições encerrada com a compra da Usina Bom Retiro, em abril, a Cosan deixou seu perfil de comprador agressivo de lado para esperar por preços mais baixos.

“É possível perceber que o boom do setor hoje está em investimentos greenfield (usinas novas) e não em fusões e aquisições”, constata Mizutani.

A explicação, segundo o vice-presidente, é que o interesse de fundos de investimento e investidores estranhos ao setor sucroalcooleiro, elevaram a cotação de mercado das usinas, apesar de não terem firmado negócios. Para os tradicionais agentes do mercado, como a Cosan, os preços ficaram impraticáveis. Especialmente considerando o cenário traçado pela empresa, que prevê usinas mais baratas em breve.

Nem as recentes quedas no preço internacional do açúcar surtiram o efeito esperado sobre o preço exigido pelos empresários interessados em vender suas usinas.

“Os fundos e aventureiros deixaram um registro de preços altos”, avalia Mizutani. Na opinião dele, ainda existe no setor a expectativa de que os preços da commodity voltem a subir e que por isso não seria um bom negócio baixar o preço de venda agora.

De olho no mercado

A estratégia atual da Cosan, no entanto, é de não descartar possibilidades. Mizutani conta que avalia constantemente as muitas oportunidades que aparecem para fusões e aquisições, mas considera remota a possibilidade de o grupo anunciar uma nova compra nos próximos 12 meses.

Com a sua oferta inicial de ações, a Cosan captou no ano passado US$ 887 milhões, que começaram a ser despendidos na aquisição de novas unidades, como a Bom Retiro e as duas unidades da Açucareira Corona.

Atualmente, o grupo conta com 17 usinas produtoras de açúcar e álcool, todas no Estado de São Paulo. O grupo tem capacidade de moagem de 40 milhões de toneladas de cana por safra, o que equivale a 8,5% da safra brasileira 2006/2007.

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