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Cosan investe na eficiência da lavoura

Empresa contrata a CanaVialis para obter variedades de cana mais precoces e resistentes à seca. A necessidade de melhorar a produtividade das suas lavouras de cana-de-açúcar levou o Grupo Cosan, maior produtora de açúcar e álcool do Brasil, com 17 usinas, a contratar a CanaVialis, empresa da Votorantim Novos Negócios para desenvolver novas variedades, específicas para suas lavouras do oeste paulista. Com isso, a CanaVialis vai instalar um campo experimental em área de uma das quatro usinas de Araçatuba (SP) da Cosan, para dentro de aproximadamente sete anos entregar variedades próprias para aquela região do estado.

O contrato firmado entre o grupo sucroalcooleiro e a empresa do Grupo Votorantim expressa com fidelidade a estratégia adotada pela CanaVialis para vender biotecnologia. A empresa vende antecipadamente os resultados de suas pesquisas genéticas, que são desenvolvidas em campo na propriedade dos clientes, com insumos e máquinas fornecidas por eles, conforme explica o presidente da empresa, Ricardo Madureira.

O pacote tecnológico não se limita a fornecer plantas adaptadas à região. Fernando Reinach, diretor-executivo da Votorantim Novos Negócios e presidente do Conselho da Canavialis, explica que a equipe de especialistas da empresa trabalhará em parceria com os técnicos da Cosan. Serão definidos conjuntamente o manejo da lavoura pesquisada, além da forma como serão conduzidos os 100 hectares onde serão cultivadas as novas lavouras.

O vice-presidente financeiro da Cosan, Paulo Diniz, explica que 70% dos custos da empresa estão ligados à atividade agrícola. Essa participação elevada nas despesas para a produção de álcool e açúcar explica a decisão de buscar o melhoramento genético para elevar a eficiência nas lavouras.

Com o ingresso do Grupo Cosan na lista de clientes da CanaVialis, somam agora 34 as usinas atendidas pela empresa de biotecnologia, das quais, 17 da própria Cosan. Reinach explica que os programas de melhoramento de variedades de cana desenvolvidos são sempre por meio da genética convencional. Ele explica que a CanaVialis busca aperfeiçoar as variedades, sempre levando em conta que qualquer aperfeiçoamento por meio da transgenia, é preciso partir de uma cana-de-açúcar de excelente qualidade.

Diniz diz que o sonho de todo produtor de açúcar e álcool é poder operar a usina 365 dias por ano. Por enquanto, a maioria das usinas do Brasil trabalha apenas 200 dias, o que significa que uma boa parte do tempo a área industrial da empresa permanece ociosa. Essa é a principal expectativa da Cosan, ou seja, dispor de lavouras cada vez mais precoces e também de variedades tardias.

Diniz explica que atualmente apenas usinas da Colômbia conseguem operar durante o ano todo. “Mas são condições excepcionais que não se repetem em qualquer outra parte do mundo”. A Índia por exemplo só processa cana durante 145 dias no ano. A empresa também almeja conseguir plantas resistentes à seca e que, desde o início da safra, tenha elevado potencial de produção e como elevado índice de sacarose.

Reinach defende o maior empenho das empresas em busca da eficiência para que o Brasil não perca a liderança no setor sucroalcooleiro. Os Estados Unidos que só começaram agora a produzir etanol já conseguiram avançar, embora utilizem milho como matéria-prima. Lá, a maior vantagem está no custo da instalação das usinas: em torno de US$ 35 por tonelada, a metade do que custa no Brasil.

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