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CORÉIA SINALIZA INTERESSE NO ETANOL BRASILEIRO

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, abriu hoje (06/02) a primeira reunião do Comitê Consultivo Agrícola Brasil – Coréia, instalado no ano passado em Seul para criar mecanismos de cooperação entre os dois países. Ao falar da importância do comitê, o ministro destacou que os temas de interesse, como ampliação do comércio bilateral, dependem fundamentalmente da questão sanitária.

“No que se refere às carnes, os coreanos ainda não reconhecem a regionalização aprovada pela OIE (Organização Mundial de Saúde Animal), mas nesta oportunidade vamos enfatizar a eficiência do sistema de defesa sanitária”, comentou o ministro ao lembrar o interesse do Brasil em fornecer carnes para aquele mercado.

Rodrigues comentou sobre a crise mundial de fornecimento de petróleo em função da redução da oferta e o aumento dos preços do produto e ressaltou a liderança do Brasil na produção de etanol, que se torna uma alternativa viável de fonte de energia renovável. “Temos convicção de que o mundo vive um novo paradigma de matriz energética, lastreado em agroenergia, para substituir o petróleo”, disse o ministro à delegação coreana, liderada pelo vice-ministro de Comércio Internacional do Ministério da Agricultura e Floresta, Jangbae Youn.

Roberto Rodrigues afirmou aos coreanos que o Brasil tem larga experiência na produção de etanol como alternativa à gasolina e também no biodiesel em substituição ao óleo diesel. “Nossa expectativa é de que possamos no futuro firmar acordos de cooperação que possam permitir o crescimento equilibrado de nossas relações”.

O embaixador da Coréia no Brasil, Kwang Dong Kim, elogiou o potencial agrícola do Brasil, mas ponderou que a abertura comercial só poderá ocorrer à longo prazo. Lembrou, por outro lado, que a Coréia do Norte enfrenta problemas de suprimento de alimentos e sinalizou que há possibilidade de que agricultores norte-coreanos venham produzir alimentos no Brasil, utilizando áreas não cultivadas no País.

Dong Kim disse ainda que o governo coreano analisa com atenção a alternativa de substituir o petróleo por outra fonte de energia. “Essa substituição está sendo estudada com bastante cuidado. A primeira alternativa poderia ser o etanol, por isso estamos empenhados em ter uma boa relação com o Brasil e fazer uma cooperação neste sentido”.

O vice-ministro, Jangbae Youn, lembrou que tradicionalmente a cooperação agrícola entre Brasil e Coréia é grande. “Nos últimos anos, houve uma troca intensa de comércio porque a Coréia ampliou em 50% as importações de produtos brasileiros”. O coreano identificou que entre os temas que poderão entrar na pauta de cooperação estão a biotecnologia e bioenergia. “É possível aproveitar os recursos naturais do Brasil para que os dois países saiam ganhado”.

Durante a reunião em Brasília, o Comitê Consultivo discutirá também as negociações agrícolas internacionais e a agenda de desenvolvimento da Rodada de Doha. Os coreanos farão amanhã, uma visita à Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília. Na quarta-feira e quinta-feira a delegação estará em São Paulo, para visitar áreas de produção de cana-de-açúcar e uma usina de álcool.

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