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Copom surpreende mercado e reduz Selic em 1,5 ponto percentual

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (Copom) surpreendeu as expectativas do mercado, que estimava em um ponto percentual a queda da taxa básica de juros na reunião de ontem, e decidiu reduzir a Selic de 19% para 17,5% ao ano, o menor patamar desde maio de 2001, quando a taxa estava em 16,75% anuais.

Com a redução, a queda acumulada da Selic, desde junho, já soma nove pontos percentuais. A decisão não foi unânime: sete diretores votaram favoráveis à queda e dois contra essa decisão. Foi a primeira vez este ano que os diretores divergiram na hora de decidir a trajetória dos juros básicos da economia. Em todas as reuniões anteriores, a decisão foi unânime.

A taxa permanece, ainda, sem o chamado viés, indicando que só deverá ser alterada novamente, na próxima reunião do comitê, marcada para os próximos 16 e 17 de dezembro. Na próxima quinta-feira (27), será divulgada a ata da reunião realizada ontem com os motivos oficiais para decisão dos membros do comitê.

Ontem, o Copom divulgou apenas a seguinte nota para justificar a redução de 1,5 percentual: “Avaliando as perspectivas favoráveis para a trajetória da inflação e levando em conta o balanço dos riscos que cercam essa trajetória, o Copom decidiu, por 7 votos a 2, fixar a taxa Selic em 17,5% ao ano, sem viés”.

A queda da Selic era esperada pelo mercado, principalmente devido ao recuo registrado nesta quarta-feira na inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com dados do IBGE, a queda nos preços dos combustíveis e dos alimentos fez a inflação de novembro, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), cair para 0,17%. Segundo o IBGE, o resultado foi bem inferior ao de outubro, quando o IPCA-15 ficou em 0,66%.

Em tese, quedas na Selic significam que bancos e financeiras deverão reduzir os juros que cobram para emprestar dinheiro. Isso deverá ocorrer porque a Selic é utilizada pelos bancos quando as instituições financeiras necessitam captar recursos.

Taxas menores vão facilitar o acesso ao crediário. O consumidor confiará mais em parcelar as compras, e, com mais consumo, as indústrias terão de investir mais. Isso levará a mais contratações e menos desemprego.

O dado divulgado ontem sobre o IPCA-15 é visto como uma prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é referência do sistema de meta de inflação. A metodologia do IPCA-15 é quase a mesma do IPCA, com uma única diferença no período de coleta dos dados.

Assim como o IPCA, o IPCA-15 mede a variação de preços de famílias com renda até 40 salários mínimos em 11 regiões metropolitanas do país. Mas, enquanto a avaliação do IPCA-15 ocorre no período que vai de 14 de outubro a 11 de novembro, comparado com os preços vigentes de 13 de setembro a 13 de outubro, o IPCA compara o mês civil. (Fonte: Agência Brasil)

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