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Copom espera queda da inflação para reduzir juros

A resistência da inflação em alguns segmentos do mercado foi o principal motivo para o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidir manter a taxa básica de juros em 16,50% pelo segundo mês consecutivo. A explicação está na ata da reunião do comitê realizada na semana passada e divulgada ontem.

Com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de parâmetro para as metas oficiais de inflação, o Copom entendeu que a evolução registrada desde novembro justifica a cautela para manter a taxa Selic no nível atual, apesar do “arrefecimento recente dos preços da alimentação”, com a chegada da nova safra agrícola. Este arrefecimento também é sentido nos preços de alimentos in natura, mas o Copom concluiu que “ainda existem pressões sobre estes índices” em fevereiro, e também nos preços dos produtos industriais, que refletem os reajustes de insumos utilizados pelo setor.

Além disso, os efeitos dos reajustes de preços em educação, planos de saúde e tarifas de telefonia móvel continuam a se contrapor à evolução favorável dos custos com alimentação e despesas pessoais. Portanto, a expectativa do Copom é a de que o IPCA de 0,76% registrado em janeiro ceda um pouco neste mês, mas não ainda de forma significativa.

De acordo com a ata da reunião, as maiores contribuições individuais para a inflação do mês passado foram as tarifas de energia elétrica, reajuste nos preços de automóveis novos, despesas com educação, alimentos in natura, planos de saúde, combustíveis e gás de bujão.

Os preços monitorados de serviços públicos mais uma vez tiveram reajuste acima dos preços livres. Combustíveis, energia, telefonia e outros ficaram 0,84% mais caros em janeiro, contribuindo com 0,24 ponto percentual do IPCA, enquanto os preços livres tiveram aumento médio de 0,73% no mês, puxados em grande parte pela variação de 1,2% dos preços industriais.

A ata da reunião registra que os integrantes do Comitê acreditam em perspectivas mais favoráveis para a inflação anual, cuja meta foi fixada em 5,5%, a partir de simulações que projetam reajuste total de 7,7% dos preços monitorados, contra expectativa de 7,8% na reunião de janeiro.

O Copom manteve a previsão de evolução anual de 9,5% nos preços da gasolina e de 10% no gás de cozinha; reduziu de 6,8% para 6,3% a expectativa de aumento para energia elétrica residencial; e elevou de 6,6% para 6,8% a projeção nas tarifas de telefonia fixa.

A partir das hipóteses do cenário de referência, que incluem manutenção da taxa de juros em 16,5% e da taxa de câmbio no patamar de R$ 2,91, que prevalecia na véspera da reunião, a ata informa ainda que o Copom projetou inflação anual abaixo da meta de 5,5% – inferior às previsões da pesquisa semanal do BC com os principais consultores e instituições financeiras, e que aponta IPCA de 6% neste ano. (Fonte: Agência Brasil)

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