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Coordenador do Pensa fala sobre produção de alimentos e agroenergia em conferência na Itália

Pesquisadores do PENSA (Centro de Conhecimento em Agronegócio da USP-RP) acabam de chegar do Iama (International Food and Agribusiness Manangement Association), congresso de grande renome no campo do agronegócio. O evento ocorreu em Parma na Itália, no final do mês de junho, onde o PENSA teve relevante participação.

A equipe apresentou trabalhos importantes que enfocaram temas do agronegócio em canais de marketing, e legislação para alimentos transgênicos.

Além das pesquisas previamente agendadas para serem expostas, o coordenador do PENSA, Marcos Fava Neves, foi convidado a realizar uma outra apresentação, a qual intitulou “Comida e Combustível: Nós precisamos pensar diferente!”.

A fala de Fava resumiu-se em situar os ouvintes sobre o cenário agroenergético mundial. O palestrante levou os mais de trezentos presentes a refletirem sobre algumas questões que envolvem o tema. Para isto algumas perguntas foram lançadas. A primeira delas foi: “O que está acontecendo neste Tsunami?” Sobre esta questão discursou sobre o momento atual da agroenergia, comentando riscos, previsões e impactos nas cadeias alimentares. Os maiores riscos, embora pouco prováveis de se concretizarem, segundo o pesquisador, são: o preço do barril de petróleo reduzir a níveis inferiores a 40 dólares, diminuição das pressões ambientais, aparecimento de novas tecnologias, retomada de velhas tecnologias, como a nuclerar, e o aumento da pressão inflacionária, devido ao não balanceamento da demanda e oferta das commodities destinadas a alimentos e biocombustível.

Já as previsões dizem respeito a tendência de crescimento da frota mundial de veículos, demanda de derivados do petróleo para funcionamento das fábricas, preferência de consumidores por energia limpa e renovável ao invés de combustíveis fósseis.

Os impactos destes acontecimentos são a valorização da terra, atração de ivestimentos internacionais para o setor, aumento dos preços de commodites, aumento da renda dos produtores, ganho na imagem do agronegócio e diminuição da resistência aos trangênicos.

Após discursar sobre o quadro atual do setor, a questão discutida foi se estamos nos movimentando para o debate. Segundo o coordenador sim, “o mundo está usando o mesmo caminho para pensar sobre este tema”, disse ele.

Outra pergunta referiu-se ao papel da cana-de açúcar. Fava então se remeteu à frase de Joe Cocker “Você é tão bonita para mim… Não pode ver?” A frase é uma metáfora sobre os biocombustíveis acarretarem inflação de alimentos no mundo, porém a cana é uma boa opção e não está sendo adequadamente considerada na análise dos europeus.

Para Fava “a cana podemos obter vários produtos, como açúcar e álcool, que são energia renovável e têm demanda mundial crescente” e ainda acrescentou que isto atrai investidores globais e desenvolvimento de tecnologia, como o carro flex. “O bom é que estes acontecimentos beneficiarão produtores rurais de todo o mundo e isto é um grande ganho para a sociedade civil, e países em desenvolvimento”, concluiu.

O pesquisador disse que a revolução dos biocombustíveis pode beneficiar produtores do mundo inteiro e imendou a pergunta: “Quem ganha e quem perde com os biocombustíveis?” Os ganhadores são os consumidores finais e a sociedade como um todo, devido ao uso de combustíveis limpos. Entram neste time, países com terras aptas e com plataformas de desenvolvimento para agronegócios, pesquisas do setor, produtores de todo mundo e os países altamente dependentes de petróleo. “A paz vinda da distriuição de renda em comunidades rurais é também é um excelente ganho”, falou Fava.

Os perdedores são as cadeias do meio que não conseguem transferir o aumento de preço para próxima cadeia. Os que ficam neutros, de acordo com ele, são os exportadores de petróleo, desde que a demanda não caia.

E a pergunta que todos fazem: “O agronegócio brasileiro é o grande vencedor?” Fava respondeu que o Brasil é um forte candidato a ter sucesso nesta partida, porém é preciso estar atentos às variações de câmbio, logística e altos preços e taxas sobre os alimentos.

Por fim, refletiu-se sobre: “Como podemos controlar o aumento dos preços de alimentos?” Sobre isto falou-se que é necessário investimentos em tecnologia, cadeias e canais de marketing eficientes, fazer melhor uso das fontes de bioenergia e integração entre produtores mundiais.

Pelo visto temos muito a fazer, contudo de acordo com Fava, estamos nos movimentando para o debate.

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