JornalCana

Convidados buscam criar estratégia comum para G8

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que os cinco países em desenvolvimento convidados para a reunião do G8 estabelecerão na quinta-feira, em Berlim, “uma estratégia para a participação” no encontro anual do grupo dos sete países mais industrializados do mundo e da Rússia. Os convidados são: Brasil, Índia, China, África do Sul e México.

Há ainda previsão de encontro entre Lula e o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, na tarde de sexta, em Heiligendamm, onde se realizará a reunião do G8.

O petista quer ajuda do norte-americano na criação de um mercado mundial de etanol, na queda de subsídios agrícolas nos países mais ricos e numa compensação financeira às nações mais pobres por diminuição do desmatamento.

Lula tentou marcar o encontro com Bush para quinta, mas houve dificuldade na agenda dos dois. Eles já se encontraram duas vezes e se falaram em outras duas ocasiões neste ano.

Na visão de Lula, um mercado mundial de etanol beneficiará a economia dos países mais pobres e diminuirá o aquecimento global. E ainda agradará a Bush por seu apelo ambiental, aspecto que ganha importância crescente na opinião pública dos países mais desenvolvidos.

Em rápida entrevista ontem à noite, antes do jantar com o primeiro-ministro da Índia, Lula disse que sua visita a Nova Déli tinha “interesse político”, além do aspecto comercial. “A Índia é considerada a nossa parceira estratégica. A Índia tem um papel importante nas discussões da OMC [Organização Mundial do Comércio]. Índia e Brasil têm trabalhado juntos. Temos problemas similares e virtudes similares.”

Indagado se desejava que Índia e Brasil chegassem “afinados” ao encontro do G8, o brasileiro respondeu: “Penso que sim. Temos uma reunião em Berlim para estabelecermos uma estratégia para a participação no G8. Brasil e Índia têm muitas afinidades políticas e vamos reforçá-las mais”.

A tese que Lula pretende que seja abraçada na reunião do G8 é a seguinte: os países ricos melhorariam a qualidade de vida do planeta ao fazer prosperar a economia dos países mais pobres, que poderiam ser grandes produtores de etanol. O sucesso da Rodada Doha, de liberalização do comércio mundial, é fundamental.

Lula avalia que Bush abraçará a idéia como forma de melhorar sua “foto na história”, diz um auxiliar direto do petista. O presidente dos EUA, que sairá do cargo em 2008, não quer deixar como herança o fracasso da Guerra do Iraque.

Articulações

Nesse contexto, Lula pediu, em conversa por telefone, apoio do primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, que está deixando o cargo após o desgaste em sua popularidade com o apoio a Bush na Guerra do Iraque. Blair também teria uma chance de sair do posto defendendo bandeira popular.

Na reunião do G8, Lula quer apoio da Alemanha à instituição de crédito de carbono para a queda do desmatamento nos países em desenvolvimentos.

Lula terá encontros na quinta na capital alemã com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e da Nigéria, Umaru YarAdua. Vai se reunir também com o secretério-geral da ONU.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram