Mercado

Controle estatal impede integração no Mercosul

O controle da Petrobras em diversas áreas da cadeia do setor energético desestimula investimentos onde a estatal brasileira atua, o que prejudica a integração desse segmento da infra-estrutura no Mercosul. A avaliação foi feita ontem pelo consultor e ex-secretário de energia do Ministério de Minas e Energia Peter Greiner.

Para o especialista, essa situação, aliada à incapacidade dos estados de investirem no setor, faz com que os empresários sintam-se desestimulados a aportar recursos no setor.

“Não adianta nem vir com PPPs (Parcerias Público-Privadas)”, disse. Ele diz, no entanto, que o ideal não é “retalhar” a Petrobras, mas colocá-la em uma posição em que outras empresas consigam atuar com competitividade nesses mercados.

Na avaliação de Greiner, são necessárias parcerias entre os integrantes do Mercosul – Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai – nas áreas de hidroeletricidade, gás natural e geração de energia por meio de fontes renováveis, como biomassa.

O analista Christoph Berg, da F. O. Licht, lembrou, anteontem, que um acordo entre a União Européia e o Mercosul para o fornecimento de álcool geraria compras de um bilhão de litros/ano, beneficiando principalmente o Brasil. É que a UE deverá misturar até 5,75% de etanol à gasolina em 2010 e precisará importar o produto.

Greiner defendeu ainda a atuação do Brasil em projetos fora do Mercosul, como a expansão de gasodutos até o Chile e a construção de hidrelétricas em outros países, o que incentivaria o desenvolvimento econômico da região.

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