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Fábrica de máquinas agrícolas reduz produtividade para evitar demissões

MP publicada hoje no Diário Oficial libera as máquinas de emplacamento
MP publicada hoje no Diário Oficial libera as máquinas de emplacamento

Tentando encontrar soluções para driblar a crise econômica e não sofrer prejuízos, uma fábrica de máquinas e equipamentos agrícolas de Batatais (SP) decidiu diminuir o ritmo da produção e, dessa forma, evitar demissões de funcionários. Com um dia a menos de trabalho, a empresa tenta adequar a fabricação ao baixo índice de vendas.

De acordo com o relatório divulgado pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) referente ao mês de maio de 2015, a queda das exportações de maquinário foi de 35% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Já as vendas internas reduziram 7% na mesma comparação. No acumulado dos últimos 12 meses, as exportações apresentaram baixa de 11,4%, a receita líquida interna caiu 9,5%, e o número de empregos 4,8%.

Os dados refletem o cenário registrado na 22ª Agrishow, uma das maiores feiras do agronegócio da América Latina, que fechou a edição deste ano com queda de 30% no volume de negócios, em relação à edição de 2014. Foram cerca de R$ 1,9 bilhão em vendas, contra R$ 2,7 bilhões registrados no ano anterior.

Reduções
Diante da crise do setor, uma fábrica do ramo em Batatais reduziu em, pelo menos, 20% o ritmo da produção, restringindo o expediente dos funcionários bem como os dias “úteis” da empresa.

“Nossa intenção foi, com a redução de jornada e, consequentemente, a redução salarial, dar mais tempo para o empregado, ao mesmo tempo em que a empresa também consegue sobreviver um tempo maior nesta situação”, afirmou a diretora de marketing e estratégia Patrícia Morais. Com o corte de tempo de trabalho, os salários ficaram 16,67% menores.

Segundo ela, a decisão foi tomada após negociação com os 810 funcionários, que concordaram com as mudanças pensando também na dificuldade de recolocação no mercado de trabalho, mesmo em outras áreas.

“Desde a área da presidência, conselho, diretoria, todos foram afetados. Nós acreditamos que estamos no mesmo barco e imagino que se todas as empresas conseguissem agir dessa mesma maneira facilitaria a questão da empregabilidade a médio e longo prazo”, afirmou.

Dificuldades
Em certos casos, a queda significativa das vendas internas e exportações refletem a dificuldade enfrentada pelo produtor rural para obter crédito em instituições financeiras e o aumento da taxa de juros, que, em alguns casos, chegou até 11%. Dessa forma, ele não encontra meios de investir na própria produção e deixa de comprar maquinário.

“A minha ideia esse ano é zero investimento. O Brasil passa por uma situação difícil, o nosso setor sucroalcooleiro já vem de cinco, seis anos de crise, preços baixos e custos altos, sempre aumentando, então a gente espera que para o ano que vem a gente tenha melhoras, para voltar investir no nosso negócio”, explicou o produtor rural Roberto Rossetti.