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Consumo de álcool impulsiona plantações de cana-de-açúcar

Cultivo introduzido no Brasil durante a colonização portuguesa, a cana-de-açúcar retoma o fôlego e contabiliza aumentos sucessivos na produção anual. Essa evolução deve-se, em grande parte, ao aumento no consumo de álcool combustível.

“A evolução da produção e consumo do álcool ocorre no mundo todo. Esse aumento deve-se, em boa medida, ao preço baixo do álcool combustível. Os carros agora são bicombustível, tendo o motorista a opção de escolher, e é claro que a decisão será pelo mais barato”, afirma o presidente do Sindálcool (Sindicato da Indústria de Fabricação de Açúcar e do Álcool de Mato Grosso do Sul), José Pessoa Queiroz Bisneto.

Em Mato Grosso do Sul, a situação não é diferente, de 2001 para cá, a área plantada aumentou de 99,6 mil hectares para 156,4 mil hectares e a produção foi de 7,5 milhões para 9 milhões de toneladas. Há previsão de aumento de 20% na produção de cana-de-açúcar de Mato Grosso do Sul para a próxima safra. “Ano passado o Estado enfrentou estiagem. A produção caiu. Este ano acredito que haja aumento de 20% comparado a 2005”, declarou Pessoa.

Projeção feita pelo Conselho de Desenvolvimento Industrial da Secretaria de Estado da Produção e do Turismo (Seprotur), prevê que até 2009, 710,5 mil hectares sejam ocupados pela cultura e que mais 31 usinas estejam em funcionamento. Nessa fase, essas agroindústrias terão capacidade de moagem de 56,4 milhões de toneladas ano e devem produzir 11,3 milhões de toneladas de açúcar/ano e mais de 2 bilhões de litros de álcool/ano.

Hoje estão em funcionamento no Estado 10 usinas em oito municípios (Aparecida do Taboado, Dourados, Iguatemi, Maracaju, Naviraí, Rio Brilhante, Sidrolândia e Sonora). A Usina Eldorado, localizada entre Nova Alvorada e Rio Brilhante, foi a última a ser inaugurada. Há ainda, 31 projetos de instalação de usinas sucroalcooleiras, um investimento representativo de mais de R$ 4,5 bilhões. “São 31 projetos de instalação no Estado. Acredito que 10 a 15 usinas, até ano que vem, saiam do papel”, informou Pessoa.

Incentivo – Um fator que tem colaborado para o aumento de projetos de instalação de usinas em Mato Grosso do Sul é o incentivo dado pelo governo do Estado. Além disso, decreto promulgado pela Assembléia Legislativa autoriza o Poder Executivo a promover isenção total do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) durante 15 anos aos produtores que promoverem reflorestamento e plantação de cana-de-açúcar para abastecimento de usinas de álcool ou produção de açúcar, devendo ocupar uma extensão de 40 quilômetros da fronteira de Mato Grosso do Sul com a Bolívia e o Paraguai.

Para o secretário de Estado da Produção e do Turismo, Wilson Gonçalves, o ponto importante da instalação de usinas é a geração de emprego, pois há a previsão que até 2009 o número de pessoas empregadas subam de 15.074 para 43.238. “Gerar emprego e renda é um dos compromissos do governo estadual.”

O Brasil é hoje o principal produtor de cana-de-açúcar do mundo. Seus produtos são largamente utilizados na produção de açúcar, álcool combustível e mais recentemente, biodiesel. Mato Grosso do Sul representa 3% da produção nacional, sendo 60% do cultivo convertido em álcool e 40% em açúcar. Segundo José Pessoa, o consumo estadual chega a 1/3 da produção, “o restante vai para o Sul e Sudeste. Uma parcela é exportada a países do Oriente Médio e Rússia”.

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