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Conhecer a estrutura das plantas daninhas otimiza a aplicação de herbicidas

Especialistas falaram sobre a identificação das plantas daninhas, a constituição de históricos e a sua aplicabilidade prática durante reunião do Grupo Fitotécnico

O monitoramento e histórico de plantas daninhas como ferramenta para recomendação de herbicidas fizeram parte dos debates durante a 4ª reunião do Grupo Fitotécnico IAC, realizada na última terça-feira (12).

Na abertura do evento o diretor geral do IAC e coordenador do Grupo Fitotécnico, Marcos Guimarães de Andrade Landell lembrou dos 135 anos de fundação do IAC comemorados na semana retrasada, sendo a primeira instituição de pesquisa agrícola criada na América Latina, inspirando a criação de instituições como a Embrapa e outras.

“No momento em que a agricultura tropical cresce em importância, já estamos falando do Brasil produzir 20% da alimentação mundial, é importante a construção desse ambiente de socialização do conhecimento, se não tiver isso aqui não tem sentido nenhum existir”, disse ao destacar a importância das reuniões do grupo.

O pesquisador do IAC, Dr. Carlos Azania, destacou que o seminário abordou um dos fundamentos básicos e importantes dentro do controle de plantas daninhas: a sua identificação, a constituição de históricos e sua aplicabilidade prática.

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Marcos Landell, do IAC

O engenheiro agrônomo Eduardo José Tarralo Duartes, da JT AgroPesquisa, falou sobre identificação, monitoramento e a confecção do histórico de plantas daninhas.

“A gente trabalha com quatro conceitos básicos para aplicação do herbicida. O primeiro é a identificação. A gente tem que saber com que planta está trabalhando. O segundo é a época de aplicação. Precisamos saber o histórico de chuva, tem que saber o que tem no solo. O terceiro é a característica física ou química, e o quarto a dose a ser aplicada”, explicou.

Para o engenheiro agrônomo Dr. Marcos Kuva, da Herbae, o processo é muito mais complexo do que a simples escolha de um produto.

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“O que que a gente tem que considerar sendo bem superficial: expectativa de alvos. Qual a expectativa de alvos que eu tenho naquela área para controlar; expectativa das condições climáticas que vão vir após aplicação. Se estou em maio é uma coisa, se estou em agosto é outra coisa. Se estou em São Paulo, em Goiás, sem no solo, palha, condições climáticas. Então antes de escolher, tem uma série de fatores a serem avaliados, por isso acho que tudo começa lá atrás no planejamento, na análise dos fatores que influenciam no resultado”, disse.

Segundo Kuva, uma peça importante em todo esse processo é um plano de vistoria. “Quando a gente fala vistoria, não estou alheio a toda essa tecnologia que existe aí que está sendo desenvolvida com imagem de satélite, drones. Isso já deixou de ser futuro e já é presente. Faltando apenas uma questão de tempo para alguns ajustes. Porém, algumas coisas ainda precisam ser auferidas presencialmente, pois ainda estamos em fase de transição de tecnologia”, disse.

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De acordo com engenheiro agrônomo, o processo de controle de plantas daninhas nos canaviais inclui: plano de vistoria, para medir o grau de satisfação com os resultados obtidos e com as escolhas realizadas na etapa de planejamento; indicadores de processos são fundamentais para um melhor gerenciamento de recursos; é necessário aprender com os erros e acertos e os dados coletados nas vistorias podem compor um banco de dados que levem a maior assertividade nas recomendações; a integração de plataformas digitai. Para o futuro da gestão de processos agrícolas, a melhor decisão é aquela norteada por dados e aferida por técnicos”, concluiu.

A engenheira agrônoma Mariana Sanches Feltin, da BASF e o engenheiro agrônomo Edison Baldan Junior, da Baldan Connected, discorreram sobre as principais aplicações do herbicida Plateau, que tem como ponto forte o combate ao colonião, tiririca, corda de viola e fedegoso.

Lucas Falcone de Rezende, da Herbiciência, falou sobre a otimização de seleção e dose de herbicidas em cana-de-açúcar via software.

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“Nós desenvolvemos o modelo de controle Herbiciência, que é um modelo matemático de controle e a calculadora de herbicidas, um software otimizador de recomendação de herbicidas. A otimização é tentar encontrar o melhor dos mundos e qual o melhor custo-benefício. Em pós-emergência é tentar encontrar uma combinação de herbicidas, que controle quase todas as plantas daninhas de uma área. Em pré-emergência é a mesma coisa, só que com residual mínimo, grande o suficiente até a próxima pulverização ou até o fechamento da cultura”, explicou.

Rezende finaliza lembrando que a questão envolve muitas variáveis. “A título de exemplo, a nossa base de parâmetros que têm as 10 principais plantas daninhas e os trinta principais herbicidas, conta com cerca de 30.000 parâmetros únicos configurados. É humanamente inviável ter todos esses parâmetros em mente toda vez que você for fazer uma recomendação. Para isso desenvolvemos esse software. A tecnologia chegou, vamos controlar melhor e controlar mais barato”, finaliza.

A próxima reunião do Grupo Fitotécnico IAC está prevista para o dia 23 de agosto.

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