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Conheça as top tecnologias brasileiras: inovações que aumentam produtividade e longevidade do canavial

A primeira cana geneticamente modificada do mundo
Novas variedades estão ajudando o setor a se adaptar às mudanças que estão ocorrendo nos canaviais. Boa adaptação à colheita mecanizada, elevado teor de sacarose, resistência a doenças, como a ferrugem alaranjada, são algumas características dos novos materiais, lançados pelos programas de melhoramento genético do país nos últimos anos. Outra novidade que começa a ser disponibilizada para o setor é a cana-energia, com elevado teor de fibra, apropriada para a geração de bioeletricidade e para a produção de etanol celulósico.
A primeira cana-de-açúcar geneticamente modificada aprovada para comercialização no mundo, foi lançada em junho pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). Após passar por rigorosa avaliação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) do governo brasileiro, a Cana Bt obteve aprovação para uso comercial pois foi considerada segura sob os aspectos ambiental e de saúde humana e animal.
A variedade CTC 20 Bt tem como característica a resistência à broca da cana (Diatraea saccharalis), principal praga que ameaça a cultura. O gene Bt (Bacillus thuringiensis) é amplamente utilizado na agricultura, há mais de 20 anos, nos principais países produtores do mundo, incluindo o Brasil, em culturas como soja, milho, algodão, entre outras.
Gustavo Leite, presidente do CTC, explica que nos próximos anos o Centro planeja expandir o portfólio de variedades resistentes à broca, adaptadas a cada uma das regiões produtoras do Brasil. Além disso, o CTC também planeja desenvolver variedades resistentes a outros insetos, bem como tolerantes a herbicidas
Novos espaçamentos no plantio
A mecanização da colheita está exigindo que as unidades sucroenergéticas busquem novos espaçamentos no plantio de cana, com o objetivo de evitar o pisoteio da soqueira e a compactação da linha da cana. O duplo alternado – conhecido também como sulco duplo ou combinado – está ampliando o seu espaço nos canaviais.
Uma das vantagens desse sistema é o menor caminhamento da colhedora que percorre 4.000 metros por hectare no 0,90 m x 1,60 m ou 4.555 metros no 0,90 m x 1,50 m, que são as medidas mais adotadas no duplo alternado. Apesar de pouco difundido no Brasil, o base larga – que utiliza geralmente o espaçamento 1,80 m ou 2,00 m – tem se tornado também uma boa solução, pois melhora as condições do canavial, facilitando, por exemplo, a canteirização, ou seja, o cultivo exclusivamente na linha da cana.
Outra técnica que, com a popularização do uso do piloto automático, voltou a ser adotada pelo setor de cana é a Meiosi (Método Interrotacional Ocorrendo Simultaneamente), na qual planta-se uma ou duas linhas de cana intercaladas por oito ou mais linhas de cereais ou adubação verde. Quando estiver no ponto da formação do canavial, esta cana é colhida com colhedora convencional e seus toletes preenchem as linhas onde estava a cultura intercalar.
MPB reduz quantidade de mudas
O desenvolvimento do sistema de Mudas Pré-Brotadas, conhecido como MPB, está criando novas perspectivas para o cultivo de cana-de-açúcar no Brasil. Além de permitir a rápida produção de mudas, o MPBeleva o padrão de fitossanidade e uniformidade do plantio, favorecendo o aumento de produtividade agrícola. Outra vantagem é a quantidade de mudas utilizadas, que tem uma redução de dezoito a vinte toneladas, no plantio convencional, para duas toneladas no MPB. O sistema tem sido divulgado mais intensamente desde 2009 pelo IAC – Instituto Agronômico de Campinas, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo,
Piloto automático, taxa variada e drones
Lucas Henrique pilotando o Drone

A melhoria do paralelismo nos canaviais proporcionada pelo piloto automático tem contribuído para a redução significativa de perdas na colheita mecanizada. Mas, não é só isto. Os recursos do piloto automático possibilitam ainda maior velocidade nas operações e trabalho no período noturno, entre outros fatores que geram ganhos de rendimento.

Atividade que está fortemente ligada à agricultura de precisão, a aplicação de insumos em taxa variada, como calcário, fósforo, potássio, tem gerado resultados positivos, explorando o potencial produtivo de cada área a partir da análise detalhada das necessidades nutricionais. Drones e VANTs (Veículos Aéreos Não Tripulados) também estão se tornando novos aliados da agricultura de precisão, pois podem identificara existência de pragas, falhas em lavouras, áreas atingidas por erosão, deficiências hídricas e assoreamento de rios, bem como estimar a produtividadedo canavial.
Produtividade “transborda” com o gotejamento
Com elevada eficiência energética, o sistema de irrigação por gotejamento é considerado uma tecnologia de ponta que cria condições para que o canavial tenha alta performance em relação à produtividade agrícola. Esse sistema possibilita que a água, juntamente com vinhaça e até mesmo com fertilizantes e defensivos, seja aplicada diretamente na raiz da planta, o que diminui custos com o volume hídrico, energia, insumos e mão de obra. Apesar de exigir um investimento elevado para a sua implantação, o gotejamento torna-se compensador pois pode aumentar a produtividade e a longevidade do canavial em até 200%.
Insumos turbinam performance dos canaviais
Alguns insumos estão ajudando a turbinar a produtividade agrícola dos canaviais. Entre eles, destacam-se os adubos foliares, que fornecem micronutrientes, como Boro, Magnésio, Zinco, Enxofre, que são importantes para as atividades metabólicas das plantas. Produtos denominados de bioestimulantes, como biorreguladores, ácidos húmicos, aminoácidos, entre outros, também ajudam a elevar a produtividade, pois melhoram a resistência da planta ao estresse hídrico, aumentam a eficiência da adubação, favorecem até mesmo o melhor aproveitamento da matéria orgânica.
Controle biológico pode ser feito por avião e drones
O aumento da demanda por controle biológico nas lavouras de cana-de-açúcar do Brasil, estimado em cerca de 20% ao ano pelo mercado, fomenta uma busca por formas alternativas de aplicação, fazendo uso de drones e de aviação agrícola.
O coordenador de vendas para o setor sucroenergético da Koppert, Caê Alonso Ramos, explica que a liberação de insetos através de avião agrícola reduz custos. “O custo é cerca de 30% inferior em comparação a aplicação de inseticida. Além disso, utilizando os insetos o avião aplica com o mesmo combustível de três a quatro vezes a aplicação que faria uma única vez com inseticida”.
Em um voo é possível aplicar macrobiológicos como oTrichogramma galloiem 250 hectares de cana-de-açúcar, diferente da aplicação de inseticida químico, limitada à 30 hectares por voo. Se o tanque do avião for maior, 50 hectares por voo.
“Temos produtos que custam de 20 a 80% menos que os químicos. E em relação a aumento de produtividade, as soluções biológicas estão entregando em média seis toneladas a mais de cana, além da redução do grau de risco nas operações”, explica Caê.
Para cana-de-açúcar, a Koppert fornece basicamente estes produtos:
  • Metarril: a base do fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae, cepa ESALQ E9, exclusiva Koppert, na formulação WP Pó Molhável e tem como alvo as cigarrinha-das-raízes. Foco na aplicação terrestre ou aérea para atingir o alvo que são as cigarrinhas que ficam na base da cana sugando suas raízes alimentando-se.
  • Trichodermil: : a base do fungo antagonista Trichoderma harzianum, cepa ESALQ 1306, exclusiva Koppert, na formulação SC Suspensão Concentrada e tem como alvo doenças do solo e nematoides. Foco no plantio e soqueira para atingir as doenças de solo e nematoides que possam detratar a produtividade.
  • Hopper: produto a base do parasitoide Trichogramma galloi, são ovos de hospedeiro contendo o parasitoide que irá emergir e parasitar (depositar seus ovos) nos ovos da broca-da-cana. Fornecido em cápsulas para proteção dos ovos, podem ser liberadas manualmente, utilizando avião agrícola ou drones.
Ferramentas gerenciam frota e manutenção

A utilização de ferramentas para o gerenciamento em tempo real da frota de caminhões e colhedoras reduz os tempos de fila ou espera, proporcionando uma diminuição significativa de custos do corte, carregamento e transporte em unidades sucroenergéticas.

As soluções existentes no mercado incluem desde a comunicação entre máquinas até a conexão com os gestores da empresa, o que possibilita o gerenciamento mais eficiente de todo o sistema.
Nesta área destaca-se a Solinftec, com o Certificado Digital de Cana, primeira solução automática para rastreabilidade da produção, e o Fila Única de Transbordos, que utiliza um algoritmo para distribuição dinâmica dos tratores transbordo, revolucionando o sistema de logística das frentes de colheita.
Outro recurso na área de motomecanização são os softwares de gestão da manutenção, que abrange o gerenciamento dos serviços e de diversos itens, como combustíveis, lubrificantes, peças, pneus e mão de obra.
Centro Integrado Agrícola
Assim como aconteceu inicialmente na área industrial, uma tendência crescente nas usinas é a implantação de centros de controle integrado das operações agrícolas, centralizando as informações e tomada de decisões numa única sala.
A redução de custo e aumento na produtividade das frotas com a diminuição dos tempos de paradas operacionais e otimização do processo de colheita são algumas funções importantes do CIA – Centro Integrado Agrícola da Usina Santo Ângelo, localizada em Pirajuba, MG. “Nosso sistema operacional está sempre sincronizando automaticamente os dados informados pelo campo, reduzindo o tempo de detecção e eliminação de falhas”, informa Carla Martinez Guidi, coordenadora do Departamento Agrícola da Usina.

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