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Conheça 6 relatos feitos por executivos do grupo de usinas de cana São Martinho

A equipe do Portal JornalCana acompanhou na manhã de terça-feira (15/12) evento do grupo sucroenergético São Martinho, na capital paulista, com acionistas da companhia e convidados.

O evento da São Martinho reuniu acionistas e convidados
O evento da São Martinho reuniu acionistas e convidados

Em nome da companhia sucroenergética, que controla quatro usinas de cana-de-açúcar, falaram Fábio Venturelli, diretor presidente; Agenor Cunha Pavan, diretor superintendente agrícola; Felipe Vicchiato, diretor financeiro e de relações com investidores e Mário Gandini, diretor agroindustrial.

Confira a seguir 6 relatos feitos pelos executivos em respostas a perguntas do público. 

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Investimentos da São Martinho

Fábio Venturelli:

“É nossa responsabilidade gerenciar todas as unidades [do Grupo São Martinho] na sua melhor capacidade. E isso vem sendo feito, já há bastante tempo e o resultado se vê na própria Usina São Martinho, que cresceu em sua capacidade. E sempre buscamos essa capacidade adicional em custo extremamente competitivo. E assim foi [com o anúncio de ampliação da Usina Santa Cruz, feito na segunda-feira 14/12] de US$ 15 por tonelada no incremento de capacidade da unidade. Na Usina Boa Vista, não irei dar número preciso de quanto a gente consegue [aumentar a capacidade da] unidade, mas esse é um trabalho constante. Hoje, essa é uma das principais áreas de esforço identificar tanto na Boa Vista, quanto na [Usina] Iracema, na Santa Cruz e na própria São Martinho qual é o plano para destravar essas capacidades incrementais adicionais que se pode atingir com Capex extremamente competitivo. Vale lembrar que esse processo não começou ontem. Então já estamos chegando à capacidade efetiva dessas unidades. Assim é uma combinação que tem sempre de ser muito equilibrada entre o volume de cana adicional que se consegue acessar e a capacidade que se consegue adicionar no ativo.

Leia mais: Usina de cana Santa Cruz ampliará a capacidade de moagem 

2

Custos

Felipe Vicchiato, em resposta a pergunta do público sobre formação de custos da companhia, projetados em slide e que integram 50% em custo de mão de obra, 15% de fertilizantes, 15% de combustíveis e outros. O quanto dá para suprir, nos custos de fertilizantes, com a adubação orgânica e quanto [desse custo de fertilização] é de fato dolarizado?

“Se não houvesse todo do processo [de emprego de adubação orgânica], o custo com fertilizantes seria muito maior que 15%. Seria algo próximo a 25%, 30% em defensivos e fertilizantes. Hoje, falamos em uma exposição cambial, na faixa de defensivos e fertilizantes, na ordem de US$ 40 milhões na safra passada e a expectativa é de que nessa safra o valor seja o mesmo. Apesar do dólar ter subido, houve uma queda da matéria-prima, o que dá, em valores em reais do produto, um preço que não suba na mesma proporção em que subiu o dólar nos últimos doze meses.

Leia mais: Ações da São Martinho caem 2,4% após anúncio de investimento em moagem 

3

Preços do etanol 

Fábio Venturelli:

“Quando a gente olha o preço do etanol hoje, em momento um pouco mais equilibrado. Vemos a gasolina buscando um valor de mercado [após 12 anos de preços controlados, o que impediu tecnicamente reajuste no etanol], vimos a retomada da Cide, que deixou de existir quando se buscou um preço estável da gasolina, e existe sim a possibilidade dela ir a patamares históricos, de quanto ela representa. Mas só iremos descobrir esperando para ver. O consumidor brasileiro acaba de demonstrar mais uma vez que tem aceitação muito boa pelo produto etanol. Sinto hoje a indústria muito mais comprometida no diálogo para que se tenha um abastecimento dentro do esperado, lembrando que falamos de um combustível que tem origem agrícola, também exposto ao clima. Vejo o setor hoje em uma atitude muito responsável de garantia e suprimento. A lição de casa, do ponto de vista do produtor, está feita. Demos um grande passo para buscar uma agenda, uma definição estratégica para essa matriz que, de uma vez por todas, coloca o etanol como solução definitiva, sustentável e com papel bem desenhado.

4

Safra 2016/17

Mário Gandini:

“Metade dos canaviais ainda está por vir. Os meses de dezembro, janeiro e fevereiro são os mais importantes para o crescimento. Umidade estamos tendo bastante, mas o grande protagonista ainda é a luz. Nosso negócio transforma energia luminosa em energia química. Se faltar luz, nosso canavial não cresce e pode chover à vontade. Então, se tivemos boas condições as perspectivas de produtividade para 2016 serão de fato muito boas. No caso do grupo São Martinho, a quantidade de cana bisada é muito pequena, mas nossas lavouras estão preparadas para realizar essa boa condição de clima registrada neste ano.”

Fábio Venturelli:

“Vale lembrar que a gente vem de safras de muito abuso do canavial. Mesmo em momentos de crise, a São Martinho não descuidou de seus canaviais. Mas essa não é a realidade média do canavial brasileiro. Ele tem sofrido bastante e alguns desses fatores climáticos acabam até agravando a condição. E a chuva, que é bem-vinda se se está com o canavial em ordem, pode virar um problema se se tem muita infestação [de cigarrinhas, por exemplo].

Mário Gandini:

“Uma condição de umidade em setembro é favorável para quem tem bom controle da cigarrinha. Quem tiver a cigarrinha fora do controle, irá gastar muito dinheiro com inseticida. O inseticida é uma solução provisória. Com ele, você dá um susto [na cigarrinha], mas não controla. Esse é um exemplo de como a umidade pode favorecer quem esteja preparado, e pode desfavorecer quem não tiver a cigarrinha sob controle.”

Fábio Venturelli:

“A cana pode ser impactada. Não quero dizer que estamos indo para um ano com super-produção de cana. Ainda é cedo e meio temeroso partir para o cenário [da safra 16/17]. Até agora o clima também tem favorecido muito a praga. O clima não faz distinção entre mato bom e mato ruim.

Felipe Vicchiato:

“Se o ATR voltar à mesma condição da safra 14/15 na Usina São Martinho, estamos falando em um aumento de 4% a 5% de produto. Será mais sacarose para produzir açúcar e etanol.”

“Se olhamos no longo prazo, o açúcar ainda paga mais que o etanol, olhando hoje. Mas a grande vantagem para o açúcar é a previsibilidade. Hoje você tem a possibilidade de ir ao mercado e fixar o açúcar em reais, com R$ 1,2 mil ou R$ 1,3 mil a tonelada. Não dá para fixar o etanol na Bolsa. Apesar de entendermos sem bem construtivo o cenário para o etanol, você não consegue garantir o preço hoje. Olhando hoje, [ha tendência] de safra mais voltada para o açúcar, embora obviamente durante a safra se pode mudar [o mix] a qualquer momento.”

Fábio Venturelli:

“Essa diferença, que possa favorecer [o açúcar] nas telas longas [da Bolsa de Nova York] é possível de ser exercida por quem tiver condição financeira de chegar lá. Esse momento de preços muito próximos dá a tendência de uma safra 16/17 mais alcooleira, se se pensar a região Centro-Sul como um todo. E iremos seguir prestando muita atenção e toda vez que houver possibilidade. Mas acho que será um ano equilibrado. Quem tiver fôlego, pode ser que o açúcar remunere um pouco melhor.

5

Antecipação da safra 16/17

Fábio Venturelli:

“A data oficial [de início da moagem da São Martinho] é sempre 1 de abril. Não fizemos nenhum anúncio ainda sobre quando vai começar a moagem e, por enquanto, a expectativa continha sendo 1 de abril.”

6

Amplicação da Usina Boa Vista

Fábio Venturelli:

“A Boa Vista tem capacidade nominal de moagem de 3,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, embora na última safra tenhamos superado 4 milhões de toneladas. O aumento [avaliado] da capacidade da unidade, para ir para o patamar de 7 milhões de toneladas, requer um Capex muito representativo, porque se entra na introdução de novas caldeiras e de uma nova moenda. E para que isso ocorra, já que exige Capex muito representativo, você precisa não só de uma condição de mercado, mas também de todo um mercado de capitais um pouco mais estruturado para se conseguir financiar esse crescimento. Que é um crescimento que se paga em um prazo muito longo. A gente não depende só de preço. Depende de linhas adequadas de financiamento que sejam compatíveis com esse perfil de produção da cana, onde se comercializa commodities e para buscar o retorno desse capital é preciso de prazo e de um cenário um pouco mais previsível.

 

 

 

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