Usinas

Conheça 10 desafios e oportunidades para o setor no Nordeste

Conheça 10 desafios e oportunidades para o setor no Nordeste

Durante a primeira edição do Workshop Estratégico CTBE (WECTBE) realizada em 30 de março as discussões sobre o setor sucroenergético na região Nordeste do Brasil revelou 10 desafios e oportunidades para o segmento nos próximos anos. Confira:

1

Obtenção de novas variedades de cana-de-açúcar e ações para adoção dessas variedades pelos produtores

É necessário o estabelecimento de programas que explorem e deem suporte ao desenvolvimento de novas variedades de cana-de-açúcar, sobretudo no que diz respeito a recursos financeiros.

2

Adubação: diagnóstico de macronutrientes e micronutrientes

Em várias regiões do Nordeste os solos não retém adequadamente os nutrientes, devido a textura do solo (arenoso) e ao regime de chuvas (alta intensidade durante as épocas de adubação, o que faz com que a eficiência da adubação seja reduzida devido a perdas por lixiviação). Logo, a adubação parcelada é necessária.

3

Uso de controle químico e biológico da broca gigante

Neste cenário, é fundamental que se estabeleça um programa para estudo da ecologia e fisiologia da praga e que se desenvolva ou aperfeiçoe os métodos químicos e biológicos para o controle da doença.

4

Desenvolvimento e implementação de máquinas para colheita e plantio em áreas declivosas

Além disso, até 2021 as usinas deverão cumprir o protocolo do governo de não promover queimadas no canavial. É de extrema importância uma solução para o corte mecanizado na região, para não inviabilizar a colheita da cana.

5

Mecanização de plantio de toletes

Edilson Maia, do CTBE, apresentou a plantadora Seedcane, que foi desenvolvida por ele para o plantio de toletes de cana-de-açúcar. O equipamento tem apresentado desenvolvimento satisfatório, plantando com eficiência até 4ha/dia, com consumo de no máximo 5 toneladas de toletes por ha. Foi destacado que esse protótipo necessita de ajustes, os quais devem ser elaborados pela equipe de pesquisa em Máquinas & Mecanização do CTBE.

6

Desenvolvimento de tratamento a frio para controle de contaminação de leveduras e bactérias

Nas safras de 2015/2016 e 2016/2017 foi reportado uma contaminação relativamente alta de micro-organismos, atingindo números de 107 bactérias/mL de caldo misto. Para reduzir a contaminação, uma das estratégias proposta é o aquecimento do caldo misto de 35°C a 105°C através do uso de vapor. No entanto, as usinas já apresentam grande gasto de energia com o sistema de irrigação (por exemplo, a Usina Japungu apresenta gasto de R$ 4.757.000,00/ano com energia de concessionária e consumo de diesel), e a produção de vapor traria impacto a este sistema, reduzindo a quantidade de energia disponível e aumentando os gastos da usina.

7

Desenvolvimento de liga metálica que suporte corrosão e tenha boa condutividade

Devido ao corte mecanizado da cana, uma opção é a utilização da palha, além do bagaço, como composição do combustível a ser utilizado para gerar energia. No entanto, a palha apresenta maior quantidade de enxofre quando comparada ao bagaço, o que acarreta na corrosão dos tubos do economizador e do pré-aquecedor da caldeira pela condensação e deposição do H2SO4 na superfície metálica.

8

Eliminação de floco ácido e alcoólico na produção de açúcar

a produção de açúcares isenta de flocos é um desafio que atinge diversas usinas produtoras. Flocos alcóolicos e flocos ácidos são precipitados formados devido à presença de resíduos de polissacarídeos da cana, normalmente amido e dextranas. A presença destes flocos no açúcar está associada a diversos fatores, dentre eles a variedade de cana, o processamento da cana, as condições climáticas da safra em questão e a presença de contaminantes microbiológicos. A presença de flocos compromete significativamente a venda de açúcares, principalmente para a indústria de bebidas, resultando em grandes perdas da safra e gerando altos impactos econômicos para as usinas.

9

Desenvolvimento de tecnologia de concentração de vinhaça

O engenheiro químico Luis Magno, diretor do grupo Carlos Lyra apresentou ao setor a importância e o potencial do uso da vinhaça concentrada na adubação do campo. A Usina Caeté possui, hoje, uma infraestrutura completa para estoque e aplicação da vinhaça em práticas agrícolas. A usina apresenta um depósito de vinhaça de 1200 m3, estações de bombeamento, caminhões tanques com altas vazões para a aplicação e trabalham com vinhaça até 20 vezes concentrada. Este modelo já apresenta viabilidade econômica e pode trazer grandes ganhos ao setor sucroenergético, mas ainda é necessário o desenvolvimento de novos mecanismos que permitam a concentração da vinhaça de modo mais eficiente.

10

Estabelecimento de processo fermentativo com alto teor alcoólico – desenvolvimento de levedura para fermentação e comercialização de levedura seca

Apresentado também pelo engenheiro químico Luís Magno, o processo fermentativo com alto teor alcóolico pode ser uma estratégia a ser explorada para a fermentação de substratos com altos teores de açúcares. Com consequência no menor gasto de água para a dilui- ção dos açúcares, além de possibilitar, por exemplo, a fluidização do melaço. Além disso, este tipo de fermentação permite trabalhar com uma quantidade menor de vinhaça para cada litro de etanol produzido, evitando, desta maneira, maiores gastos com processos de concentração de vinhaça. Frente a esta demanda, o CTBE sugeriu o desenvolvimento de leveduras para a fermentação de substratos com alta concentração de açúcares e, concomitantemente, a possibilidade de utilização dessas leveduras para a comercialização de leveduras secas, como fontes de proteínas.

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