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Conab faz previsão conservadora de safra

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou ontem previsão conservadora para a safra 2007/08 de cana-de-açúcar, considerando as estimativas anunciadas pelo setor privado. Para a estatal, a produção nacional será 11,2% maior que a anterior, num total de 528 milhões de toneladas, das quais, 159,8 milhões de toneladas destinadas à produção de cachaça, açúcar mascavo e ração.

Significa que, para a Conab, as usinas de açúcar e álcool de todo o País irão moer 468,2 milhões de toneladas de cana, 11,8 milhões de toneladas menos que o esperado pelos usineiros e analistas, que apostam em 480 milhões de toneladas, das quais, 60 milhões no Norte e Nordeste. Essa é a estimativa divulgada pela empresa de consultoria Job Economia e Planejamento. A Unica, que representa as usinas da região Centro-Sul ainda não divulgou sua previsão. Informalmente, a entidade afirma que a expectativa é de uma safra de 420 milhões de toneladas na região onde atua.

Segundo a Conab, houve uma expansão na área de plantio de cana de 7,4% na safra atual, o que indica que as lavouras com essa cultura ocupam 6,16 milhões de hectares. O volume da produção também foi alcançado por causa de um ganho de produtividade da ordem de 3,5%. A expansão do plantio da cana-de-açúcar vai levar o Brasil a um novo recorde de produção na safra 2007/08, informa a estatal.

Desse total a ser colhido pelas usinas e seus fornecedores, 236 milhões de toneladas deverão ser destinadas à produção de álcool (50,5%), enquanto que 231,6 milhões de toneladas (49,5%) deverão ser destinadas à produção de açúcar. A estimativa da Conab ficou distante dos planos das usinas da região Centro-Sul que já informaram que irão destinar parcela maior da cana à produção de álcool, uma vez que os preços do açúcar encontram-se em queda, sem perspectiva de recuperação no médio prazo. O projeto das empresa é de destinar até 54% da cana à produção de etanol nesta safra.

Mais álcool na gasolina

Em seis semanas, desde que as usinas da região Centro-Sul começaram a moer a cana, os preços do álcool hidratado caíram 37%. Diante da perspectiva da elevada volatilidade dos preços nas próximas semanas, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, decidiu requisitar nos próximos dias a elevação de 23% para 25% da mistura de álcool anidro na gasolina, segundo informou ontem. “Devemos encaminhar logo a proposta, é uma coisa que já está se encaminhando”.

Para Stephanes, a mudança nessa proporção poderá ocorrer ainda neste mês. A requisição do ministério para o aumento da mistura é uma tentativa de elevar o consumo do etanol e com isso, evitar queda ainda maior dos preços nas usinas, que na semana passada chegaram a R$ 0,607 o litro, sem a incidência de impostos, segundo levantamento divulgado pelo Cepea. A queda dos preços dos combustíveis não está sendo repassada ao consumidor e isso é motivo de preocupação das autoridades.

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