Com a imprevisibilidade das chuvas e o consequente desafio na produção de cana-de-açúcar no Centro-Sul brasileiro, o mercado de açúcar enfrenta um cenário de incertezas e possíveis impactos significativos.
As projeções apontam para um volume de cana inferior ao esperado, levantando questões cruciais sobre a produção e exportação de açúcar nos próximos períodos.
De acordo com análises recentes da hEDGEpoint, uma possível redução na produção de cana pode resultar em números distintos para a produção de açúcar.
Num cenário conservador, onde a produção de cana atinge aproximadamente 611 Mt, o volume potencial de açúcar varia de 41,2 Mt a 42,3 Mt. Essa variação, embora não represente um déficit significativo, pode influenciar os fluxos comerciais e os preços globais do açúcar.
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Segundo Lívea Coda, analista de Açúcar e Etanol da hEDGEpoint, a irregularidade das chuvas nas regiões produtoras de cana é o principal obstáculo para estimar a próxima safra. Enquanto algumas áreas receberam chuvas abaixo da média, outras mantiveram níveis típicos de precipitação. Essa disparidade torna difícil prever com precisão a produção de cana e, consequentemente, a produção de açúcar.
Além disso, a possibilidade de um mix de açúcar mais elevado em algumas regiões adiciona outra camada de complexidade ao cenário. A incerteza sobre os investimentos em tecnologia de cristalização e a extensão desses investimentos contribui para estimativas conservadoras em relação ao mix de açúcar.
Diante desses desafios, é essencial considerar os riscos associados à produção de açúcar no Brasil. Quedas mais acentuadas na produtividade da cana e a influência do padrão climático La Niña são fatores que podem impactar significativamente a oferta e os preços do açúcar nos próximos meses.
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Apesar das incertezas, a expectativa é de um suporte de curto prazo para os preços do açúcar durante o período de entressafra no Brasil. No entanto, a menor precipitação no Centro-Sul pode afetar a produção tardia de açúcar, limitando os ganhos potenciais no mercado.
Nesse contexto, a publicaççao ressalta que é fundamental monitorar de perto o desenvolvimento da safra e as condições climáticas, especialmente à luz das previsões relacionadas ao padrão climático La Niña. A capacidade de adaptação e a resposta eficaz às mudanças no cenário agrícola serão essenciais para mitigar os riscos e garantir a estabilidade do mercado de açúcar no Brasil e além.