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Como ficam os preços do açúcar e etanol na segunda metade da safra atual?

Confira dados divulgados por consultoria

Como ficam os preços do açúcar e etanol na segunda metade da safra atual?

A safra 2020/21 vem se mostrando positiva para o resultado econômico-financeiro das usinas, principalmente devido às taxas de juros relativamente baixas e aos preços altos, considera a consultoria JOB Economia Planejamento.

Segundo dados divulgados, no período de abril/20 a setembro/20, o etanol hidratado apresentou no Centro-Sul e Nordeste preços entre 8% e 11,5% abaixo da safra passada. No caso do açúcar os preços são superiores, em torno de 15,5% e 18,5%.

Como consequência, o faturamento do setor em São Paulo, com aumento do mix açucareiro na safra, é 13% superior aquele do mesmo período da temporada passada, sendo que os custos da safra devem ser menores. 

“Sob este aspecto, a Covid 19 não afetou negativamente o faturamento do setor. Aliás, esta é uma das consequências da pandemia: afetará os setores de maneira desigual”, constatou Julio Maria M. Borges, sócio-diretor da JOB Economia Planejamento. 

O consultor afirma que a consciência de uma recuperação lenta da atividade econômica começa a ganhar corpo, mostrando prudência e cautela nas decisões de investimento. Mas alerta que as eleições americanas podem trazer volatilidade ao “mercado” nos próximos meses.

Assim como a vacina para o Covid 19, que ao invés de criar solidariedade na solução do problema, está se transformando o mercado internacional em uma “guerra fria” envolvendo Rússia, China e EUA.

“O pagamento da conta do coronavírus para os governos e sociedade é uma questão em aberto. Este é o momento atual da economia global, juntamente com a esperança de dias melhores. Tudo dependerá das lideranças políticas de cada País, que têm tido comportamento muito variado”, ressalta.

A consultoria aponta que os preços dependerão de alguns cenários nos próximos meses. No interno, mesmo com às taxas de câmbio oscilando entre 5,00 – 6,00 R$/US$, nos últimos quatro meses, e o ambiente político interno incerto, existe um otimismo cauteloso na expectativa de algum compromisso fiscal por parte do Governo Federal e o andamento das reformas. Em contrapartida, há uma desconfiança da permanência do ministro Paulo Guedes no Governo Bolsonaro.

No caso do mercado internacional, não há argumentos relevantes para sustentar o crescimento de preços no curto prazo em busca de US$ 50/barril. A demanda de combustíveis do ciclo Otto dificilmente retoma níveis pré-Covid19 neste ano de 2020, lembra a JOB, ressaltando que o excesso de oferta global é fator baixista para preços. Os valores de petróleo americano WTI em torno de US$ 40/barril é um cenário possível para os próximos seis meses.

Com relação ao açúcar, nos próximos dois meses o preço do adoçante pode oscilar na faixa de 11,50-13,00 cents/libra peso. Após este período, a faixa inferior deste intervalo pode ser rompida, pois existe previsão de excesso da oferta global de açúcar. E este excesso pode ser grande: da ordem de 10 mi t.

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A oferta do adoçante para o mercado interno está sendo restrita devido às exportações recordes previstas para esta safra. Isto dá suporte para preços que estão atipicamente altos no período abril/20 a setembro/20 e remuneram adequadamente o produtor.

No Estado de São Paulo, o preço médio do açúcar neste período alcançou R$ 70,60,00/saca 50kg. Na safra passada foi R$ 59,60/saca no mesmo período.

“Daqui para frente esperamos que os preços de mercado interno fiquem arbitrados com o mercado externo e incorporem algum prêmio de logística de exportação.  Dificilmente os preços serão menores que R$ 70/saca até o final da safra março/2021”, destaca Borges.

Quanto ao etanol, a recuperação vai depender da demanda de combustíveis no Brasil e no mundo. os preços no início da pandemia da Covid-19 caíram com muita força. Passaram de 2,15 R$/litro, sem imposto, para 1,25 R$/litro no início de abril/20. Isto ficou em linha com o que aconteceu nos mercados de combustíveis líquidos pelo mundo afora. Por outro lado, a recuperação de preços também foi rápida: passaram de 1,25 R$/litro para 1,65 R$/litro no período abril-junho.

“A oferta de etanol das usinas será menor nesta safra, o que ajuda a fechar o balanço de oferta-demanda. Contudo, é uma situação de incerteza, dado que o equilíbrio do mercado depende do tamanho da redução da demanda e da oferta. Por enquanto, este balanço sugere equilíbrio e viés de alta para preços”, conclui o consultor.