Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar-PE, entidade representativa do setor sucroenergético de Pernambuco, avalia para o Portal JornalCana como ficam as cotas de exportação de açúcar brasileiro para os Estados Unidos, com a eleição de Donald Trump como presidente do país.
Cunha concedeu a entrevista a seguir para o Portal JornalCana na manhã desta segunda-feira (09/11) durnate o Congresso Nacional da Bioenergia, em Araçatuba (SP), realizado pela Udop.
Com a eleição de Donald Trump, qual a expectativa em relação às cotas de exportação de açúcar pelo Brasil para os EUA?
Renato Cunha – As cotas estão consolidadas há muitos e muitos anos. E vários países que têm relações com os EUA fazem essa performance de açúcar, caso da Guatemala, da República Dominicana e do Brasil. Quem tem boas relações com os EUA mantêm essas cotas, que inclusive interessam aos americanos.
Por que?
Renato Cunha – [Com as cotas] eles querem nivelar os preços de importação pelos preços dos custos internos de produção.
Será melhor para o setor sucroenergético brasileiro lidar com os republicanos?
Renato Cunha – Via de regra, os republicanos são mais favoráveis à competitividade.
E isso favorece aumento ou manutenção das cotas?
Renato Cunha – Eu não vislumbro, no curto prazo, um aumento de cotas. Mas vislumbro a manutenção das cotas.
Qual é o volume de cotas de exportação de açúcar do Brasil?
Renato Cunha – 160 mil toneladas por ano, basicamente de usinas da região Norte e Nordeste do país. É um volume muito tímido e os critérios dessas cotas, entre os países, são muito distorcidos. Por exemplo: a República Dominicana produz infinitivamente menos que o Brasil e detêm no ranking a maior cota.
Qual é o número global das cotas?
Renato Cunha – Pouco mais de 1 milhão de toneladas.
E como é entregue o açúcar dessas cotas?
Renato Cunha – Ao longo do ano, durante o ano fiscal dos EUA, formado por quatro trimestres, iniciados em setembro de cada ano.