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Commodities têm maior queda de 50 anos em 2008 devido à crise

Os preços das commodities sofreram em 2008 sua maior retração de cinco décadas. A demanda por energia, metais e grãos despencou no segundo semestre do ano, deprimida pela recessão. De julho a dezembro a desaceleração da economia mundial reduziu os preços de petróleo bruto, gasolina, cobre, milho e trigo em relação aos seus recordes registrados no primeiro semestre. Em 2008 o Índice Reuters/Jefferies CRB de 19 matérias- primas caiu 36%, sua maior retração desde a estreia do indicador, em 1956, para 229,54 pontos. O indicador havia subido para seu recorde de 473,97 pontos a 3 de julho. A 5 de dezembro ele chegou a seu patamar mais baixo desde agosto de 2002.A economia mundial veio abaixo no ano passado.

Os preços das unidades residenciais caíram, bancos de investimento faliram e o crédito ficou engessado. Os gastos do consumidor norte- americano entraram em retração acentuada, empurrando as montadoras do país para a beira da falência. O crescimento da China e de outros mercados emergentes definhou.”Em termos macroeconômicos, estamos em queda livre”, disse John Brynjolfsson, diretor-executivo e de investimentos do fundo de hedge Armored Wolf LLC, sediado no Estado norte-americano da Califórnia. “Trata-se de um aniquilamento completo da produção e da demanda industrial, que deverá continuar pressionando o setor de commodities como um todo.”

Em 2008, 15 preços do CRB caíram, encabeçados pela gasolina e o níquel. Apenas quatro subiram, liderados pelo cacau.”A recessão vai se disseminar durante pelo menos o próximo período de seis meses”, disse Marc Faber, diretor-executivo da Marc Faber Ltd. de Hong Kong e editor da publicação Gloom, Boom and Doom Report, em entrevista concedida à Bloomberg Television a 26 de dezembro. “2009 será uma nulidade em termos de atividade econômica.”

Em 2008, a gasolina caiu 59%, a maior retração dentre os componentes do CRB. O cacau subiu 31%, a maior alta dentre os produtos monitorados pelo indicador. Açúcar, ouro e suínos em pé foram as únicas demais commodities a registrar altas. Os contratos futuros de gasolina recuaram para US$ 1,0082 o galão (de 3,785 litros) no ano passado na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, pelas iniciais em inglês), após o preço ter alcançado seu recorde, de US$ 3,631 o galão, a 11 de julho.

Os contratos futuros de petróleo bruto sofreram sua maior queda de 54%, para US$ 44,60 o barril, em 2008 na Nymex, depois de ter alcançado seu preço recorde, de US$ 147,27, a 11 de julho. A 19 de dezembro, sua cotação foi de US$ 32,40, a mais baixa desde fevereiro de 2004.Os contratos futuros de cobre caíram 54 % no ano passado, para US$ 1,41 a libra-peso na divisão Comex da Nymex. O preço tinha alcançado o recorde de US$ 4,2605 a 5 de maio, e a 26 de dezembro estava em US$ 1,255, o mais reduzido desde outubro de 2004.Otimismo para 2009″As coisas vão melhorar este ano muito mais do que as pessoas pensam”, disse Lars Steffensen, fundador e diretor-executivo, da Ebullio Capital Management LLP, fundo de hedge de commodities sediado no Reino Unido.

“Os Estados Unidos vão imprimir mais dólares para sair da recessão, e todas as coisas tangíveis, como os metais industriais, aumentarão de valor.”Os contratos futuros de cacau saltaram 30 por cento em 2008, para US$ 2.665 a tonelada, na bolsa ICE Futures U.S. de Nova York. A queda da safra da Costa do Marfim, o maior produtor mundial, corroeu os estoques, contribuindo para o déficit mundial do produto.”O cacau dispõe dos melhores fundamentos econômicos de todas as commodities, com exceção, talvez, do estanho”, disse Steffensen.

“Os dois produtos têm em comum um histórico de baixos estoques, déficits seguidos e capacidade limitada de ampliar a produção, além dos problemas de oferta.”Os contratos futuros de ouro subiram 5,5 % em 2008, para US$ 884,30 a onça na divisão Comex da Nymex, marcando seu oitavo ano seguido de aumento. O metal precioso alcançou seu recorde de US$ 1.033,90 a onça em março.Já os contratos futuros de suínos em pé subiram 5,2%, para 60,785 centavos de dólar por libra-peso no ano passado na Bolsa Mercantil de Chicago. “Teremos de 3 a 4 % menos suínos no ano que vem, e isso dará muita sustentação à alta dos preços da carne de porco”, disse no mês passado Mark Greenwood, que administra cerca de US$ 1 bilhão em empréstimos e arrendamento mercantil para os criadores de suínos norte- americanos com contratos de fornecimento com a AgStar Financial Services, referindo-se à oferta dos EUA.

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