JornalCana

Comissário da UE defende abertura à importação de biocombustível

O comissário europeu de Comércio, Peter Mandelson, defenderá na quinta-feira que a União Européia se abra a importações de biocombustíveis, ao invés de usá-los para capitalizar seus agricultores.

Segundo ele, a promoção dos biocombustíveis na UE deve continuar se dando com base em preocupações ambientais, e não como forma de ajudar determinados grupos.

A política de biocombustíveis não é afinal uma política industrial ou uma política agrícola – é uma política ambiental, guiada acima de tudo pelos resultados mais verdes, dirá Mandelson em um discurso a ser proferido numa conferência sobre biocombustíveis em Bruxelas.

A Europa deve estar aberta a aceitar que vamos importar uma grande parte dos nossos recursos biocombustíveis.

Certamente não devemos contemplar favorecer a produção na UE de biocombustíveis com um baixo desempenho (na emissão) de carbono se podemos importar biocombustíveis mais baratos e limpos.

O discurso de Mandelson deve desagradar países que têm setores agrícolas fortes, principalmente a França, cujo novo presidente, Nicolas Sarkozy, critica repetidamente a UE por dar ênfase demais à abertura de mercados.

Por outro lado, a fala de Mandelson deve ser recebida com entusiasmo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também participa da conferência de quinta-feira, como parte da campanha brasileira para promover os biocombustíveis em âmbito mundial.

O Brasil, com seu vasto território e enorme produção de cana, é um grande produtor de biocombustíveis, junto com países da Ásia.

Mas o biocombustível brasileiro atualmente sofre tarifas de importação de cerca de 70 por cento na UE, um nível que alguns funcionários em Bruxelas dizem que deveria ser reduzido para que o bloco europeu cumpra sua meta de que até 2020 os biocombustíveis respondam por dez por cento do combustível de transportes usados na UE.

A comissária de Agricultura da UE, Mariann Fischer Boel, considera que as importações devem responder por 10 a 30 por cento do biocombustível da UE até 2020. Alguns exportadores estão de olho em uma fatia ainda maior.

Mandelson alertou que a Europa não quer que a importação de biocombustíveis tenha como custo a destruição de ecossistemas ou de métodos de produção e transporte que consumam energia demais.

Os europeus não vão pagar um ágio pelos biocombustíveis caso o etanol no seu carro seja produzido de forma insustentável, ou se vier à custa das florestas tropicais, afirmou ele, acrescentando que a UE deveria ajudar os países em desenvolvimento a verificar se seus biocombustíveis são sustentáveis.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram