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Comércio exterior e reforma fiscal

No ano de 2007 o comércio exterior brasileiro enfrentará um teste importante, dada a incerteza relativa sobre a evolução da demanda externa, a trajetória da taxa cambial, os efeitos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) sobre as importações e sobre a renda das famílias brasileiras.

Embora o mês de fevereiro, com apenas 18 dias úteis, não forneça a melhor base para uma análise da tendência do comércio exterior, existem pontos que merecem destaque. Considerada a média por dia útil, registrou-se, no mês, um aumento de 12,7% nas exportações e de apenas 4,3% nas importações. Esses resultados, aparentemente favoráveis, devem levar em conta, no entanto, que a taxa cambial favoreceu algum aumento das exportações, que as importações diminuíram por causa da existência de estoques de produtos estrangeiros e que houve uma forte redução das importações de petróleo. O PAC não teve tempo ainda de surtir efeito sobre as importações.

Uma análise mais aprofundada das estatísticas de exportação (sempre levando em conta a média diária, em relação ao mesmo mês de 2006) mostra que o maior aumento foi de produtos manufaturados e, nessa categoria, o açúcar refinado mostrou aumento do quantum de 81,4%, enquanto se registrava forte redução em automóveis de passageiros, o que o avanço da indústria automobilística na China poderá acentuar. No caso dos produtos semimanufaturados, além do açúcar bruto, convém destacar o alumínio, cujo preço aumentou 17,2% e o quantum exportado, 25,4%. É um setor onde as exportações devem continuar crescendo.

Nas exportações de produtos básicos, o minério de ferro ocupa o primeiro lugar, com um aumento do quantum de 9,9% e dos preços de 13,3%. Sozinho, esse produto representou 7,1% do total de nossas exportações. Precisaria haver uma crise muito profunda para que sua demanda internacional diminuísse.

Na pauta das importações de fevereiro, que acusa crescimento de 21,4% em relação ao mesmo mês de 2006, se registra que as matérias-primas e os bens intermediários ocupam o primeiro lugar, com crescimento de 24,2,%, e os bens de capital, de 18,6%.Todavia, as importações de bens duráveis tiveram aumento de 42,9% (101,7% no caso de automóveis) e os bens não-duráveis aumentaram 31,7%. Se continuar essa evolução, a indústria nacional poderá enfrentar muitas dificuldades, que só uma reforma tributária permitirá resolver.

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