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Combustível tem 20 por cento de álcool

Além das pressões do mercado internacional, a gasolina brasileira tem 20% de álcool em sua mistura, o que torna o combustível vulnerável à flutuação dos preços da cana-de-açúcar. Por muito tempo, o álcool foi tratado como uma simples comodity agrícola e a ANP não podia sequer definir políticas de estoque porque o produto era de responsabilidade exclusiva do Ministério da Agricultura. “Com a crise que ocorreu no início do ano, essa postura começou a ser revista, mas tem que se avançar mais para entender que o álcool deve ter prioridade como combustível e não como produto agrícola. Precisamos de políticas que dificultem as exportações para suprir o mercado interno”, explica Davidson. Até isso ocorrer, a matriz energética fica a mercê das importações internacionais de cana-de-açúcar, de açucar e do próprio álcool, que vem ganhando espaço como fonte de energia alternativa em países como os E.U.A.

De acordo com o relatório de julho da ANP, o Brasil vendeu o litro da gasolina a um preço médio de R$2,54. A Bahia cobrou mais caro, R$2,63, e Salvador, R$2,62. Os valores mais elevados foram registrados em Roraima (R$2,97), Acre (R$2,94) e Mato Grosso (R$2,95). Os mais baixos ocorreram em São Paulo e Piauí (R$2,41), Paraíba (R$2,42) e Minas Gerais e Paraná (R$2,43). Em Candeias, cidade onde está localizada a Refinaria Landulpho Alves (Rlam), os preços são ainda mais altos que em Salvador, uma contrapartida nada justa para quem tem que conviver diariamente com os riscos da atividade petroquímica.

Marcelo Travassos explica que o barril do petróleo é extraído no Brasil por um preço que varia entre US$11 e US$15, mas que o país comercializa o produto pelo preço de mercado, US$75. Ele argumentou que uma maior regulação sobre a produção do álcool também beneficiaria o consumidor: “O problema com o álcool ocorre na entressafra do produto no Sul do país, que ocorre entre os meses de novembro e maio. “É justamente o período da safra no Nordeste. Por isso, a União deveria construir mais usinas na região para regular o mercado. A Bahia, por exemplo, importa álcool porque só tem quatro unidades de refino”, disse.

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