Mercado

Combustível deve seguir aumentando

O gasto com combustíveis deve ser mais pesado neste início de ano aos motoristas cearenses. O etanol deverá continuar sua tendência de alta, já observada desde o final de 2010. O preço da gasolina corre o risco também de ser onerado. O quadro nada otimista é previsto pelo presidente do Sindicato de Revendedores de Combustíveis do Ceará (Sindipostos), Guilherme Meireles. Problemas relacionados à safra da cana-de-açúcar seriam responsáveis pelo pessimismo.

“O etanol já subiu muito desde o fim do ano até agora. De lá pra cá, já houve um aumento de cerca de 15 centavos, e a previsão é de que ele continue aumentando”, avalia. De acordo com levantamento semanal da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o valor médio do álcool combustível, comercializado na última semana nos postos da capital, era de R$ 1,844, variando entre R$ 1,740 e R$ 1,950.

Apesar de estar em alta, abastecer com etanol ainda é vantajoso em Fortaleza, já que o valor é inferior a 70% do preço da gasolina (percentual de equivalência estabelecido entre os dois combustíveis), que estava sendo comercializado a R$ 2,642 médios, variando entre R$ 2,610 e R$ 2,699. Além de Fortaleza, somente outros dois municípios, entre os 17 pesquisados pela ANP, também apresentam vantagem no álcool: Maracanaú e Pedra Branca.

O aumento no preço do etanol é explicado pela quebra na safra dos dois principais produtores de cana-de-açúcar do Nordeste: Alagoas e Pernambuco. Por motivos climáticos, o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar), por exemplo, informou que a safra deste ano encolherá cerca de 8% ante a 2009/2010. Por esses motivos, agravados pelo aumento da demanda, o produto está sendo, em parte, trazido do Centro-Oeste e do Sudeste, chegando mais caro por aqui, por conta d o frete, explica Meireles.

O presidente do Sindipostos reclama da falta de estoque regulador de etanol, que deveria impedir que situações como estas prejudicassem o consumidor, gerando volatilidade nos preços. Segundo ele, o governo federal financiou este estoque, mas que, mesmo assim, ele não está existindo.

Gasolina influenciada

Como a gasolina revendida conta com um percentual de 25% de mistura de álcool, a permanência das altas no preço do etanol poderá vir a elevar também o preço da gasolina. “Até agora, essa alta não foi repassada. Os postos já estão com uma gasolina mais cara em quatro ou cinco centavos, mas se esse preço continuar a crescer, não vamos ter como segurar”, diz. A solução, aponta, para evitar a inflação da gasolina pode ser reduzir a mistura com o álcool de 25% para 20%, como já ocorreu no ano passado.

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