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Com temor, setor quer discutir questões de intervenção com governo

As medidas que podem ser anunciadas pelo governo nos próximos dias para regular os preços do etanol e evitar o desabastecimento, tem repercutido negativamente no setor sucroenergético. “O setor não tem visto com bons olhos essa possível intervenção do governo, já que teme por uma situação que prejudique o bom momento dos preços tanto dentro, como fora do país”, segundo Francisco Celestino, superintendente agrícola do Grupo João Lyra.

De acordo com ele, o governo deve propor fortes discussões com o setor e amadurecer a idéia para não apenas lançar medidas que impactam negativamente o segmento. “Acho que o governo precisa ter critério para definir novas políticas no setor. É preciso criar fóruns de discussões sobre a questão de preços do etanol e abastecimento e sobre a sustentabilidade do sistema produtivo da exportação de açúcar e etanol”, diz.

Segundo Celestino, atualmente o açúcar e etanol tem bons preços devido questões relacionadas ao clima, aos estoques baixos e ao posicionamento de alguns países. “A tendência é que a situação do Japão abra oportunidades e fortaleçam nossos produtos no mercado internacional. Não é a toa que alguns investidores estão no Brasil introduzindo novos projetos para atender demandas internacionais”, comenta.

As possíveis medidas que podem ser anunciadas pela presidente Dilma Roussef depois de sua viagem à China, visam restringir o financiamento de bancos como BNDES e Banco do Brasil para destilarias de cana que produzem mais açúcar do que etanol; tornar o etanol um combustível regulado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP); o aumento da produção de etanol por parte da Petrobras para funcionar como uma reguladora do mercado; a taxação da exportação de açúcar entre 4% e 5%, e deixar de cobrar a Cide (contribuição sobre consumo de combustível usada para financiar a intervenção do governo no setor) da gasolina importada com o objetivo de baratear o produto.

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