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Com pré-sal, Sacchelli eleva investimento a R$ 33 milhões no ano

Maior distribuidora brasileira de aços especiais para construção mecânica do país, a Aços F. Sacchelli iniciou 2011 com a revisão, para cima, das metas de investimento estabelecidas para o ano, diante da necessidade de atender a um mercado ainda mais aquecido do que o esperado. Além de pedidos crescentes do setor sucroalcooleiro, importante área de negócio para a empresa, a indústria de petróleo tem gerado mais e mais encomendas à distribuidora, que poderá assinar nos próximos meses um contrato com a Petrobras, o primeiro de fornecimento direto a uma estatal em sua história.

“Mal começou o ano e percebemos que os R$ 20 milhões que planejamos investir não serão suficientes”, conta Wagner Sacchelli, superintendente da distribuidora. Agora, os aportes previstos para 2011 totalizam R$ 33 milhões, com destaque para a instalação de novos centros logísticos e expansão de uma das duas fábricas que opera na capital paulista.

A distribuidora não divulga dados financeiros, porém informa que, no ano passado, vendeu 37 mil toneladas de peças de aço especial, com crescimento de 45% na comparação com 2009. O faturamento, por sua vez, saltou 46,5%, também acima do estimado inicialmente pela direção. Segundo Sacchelli, para 2011, a expectativa original é a de crescimento entre 20% e 25% nas vendas. Mas o empresário acredita que essa previsão poderá ser atingida já em meados do ano.

Atualmente, a Sacchelli é responsável por mais de 50% do estoque de aços especiais disponível no mercado nacional, com 32 mil toneladas. A expansão do volume estocado, conforme o superintendente, explica a necessidade de investimentos em novos centros logísticos. Das nove unidades op eradas pela distribuidora, oito ficam no Estado de São Paulo e uma, no Rio Grande do Sul. Três das filiais paulistas, por sua vez, são dedicadas ao atendimento de clientes do agronegócio – ao todo, a empresa conta com 7 mil clientes ativos.

Um novo centro de distribuição está prestes a ser inaugurado em Jacareí (SP). Em São Carlos, também no interior paulista, a Sacchelli está construindo uma nova fábrica primária, onde barras de cerca de 5 toneladas de aço especial são cortadas e, então, entregues a clientes. E a fábrica que funciona na Via Anchieta, na capital paulista, especializada em peças para a indústria de petróleo, será ampliada.

Parte dos recursos que serão investidos neste ano será dedicada ao reforço na área de pesquisa e desenvolvimento da companhia, que já iniciou testes de materiais com vistas a atender a demanda gerada pela exploração do petróleo do pré-sal. Em 2009, conta Sacchelli, a área de petróleo foi responsável por 12% dos negócios da distribuido ra. No ano passado, ficou com fatia de 35% e a tendência é a de que ganhe mais peso nas receitas. A expectativa em relação ao potencial de negócios do pré-sal é grande: nos próximos anos, a distribuidora poderá dobrar de tamanho com a assinatura de contratos de fornecimento direto ou indireto para a Petrobras.

A principal fornecedora das barras de aço especial que são transformadas em peças pela Sacchelli é a italiana ABS, siderúrgica com a qual a distribuidora brasileira firmou contrato de exclusividade no Brasil e de longo prazo – 10 anos -, numa quebra de paradigma para esse setor no país. “Historicamente, as siderúrgicas no Brasil não trabalha com contratos de longo prazo. Depois que fechamos com a ABS, levou ainda algum tempo para que algumas delas começassem a trabalhar com prazos, mas de até 6 meses”, conta Sacchelli.

Há duas semanas, firmou outro contrato de fornecimento de prazo amplo, dessa vez de dois anos, com a Villares Metals. “Se o mercado nacional não estivesse importando aço, os preços domésticos já teriam explodido”, analisa o empresário, que atribui ao produto importado o papel de “regulador” das cotações no mercado doméstico.

A escolha por siderúrgicas internacionais – embora forneça produto nacional, a Villares Metals é parte do grupo austríaco Böhler-Uddeholm -, segundo Sacchelli, deve-se mais às especificações técnicas e qualificação exigidas por seus clientes do que a uma eventual diferença de preços. “Essa diferença, no momento, não chega a 5%. Mas há outras questões a pesar, como o câmbio”, diz.

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