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Com geada, Biosev perde cana de 2014

Além de uma perda de até 15% em quantidade de cana e outros 5% em qualidade (açúcar na cana) nesta safra 2013/14, a Biosev, a segunda maior empresa do setor no país, deve também ter uma oferta menor em 800 mil toneladas de cana no próximo ciclo, o 2014/15, devido às geadas ocorridas em áreas da empresa em Mato Grosso do Sul. O volume equivale a 2,75% do que a empresa deve moer de cana neste ciclo.

A companhia, controlada pela Louis Dreyfus Commodities (LDC), informou que por conta das geadas não conseguirá plantar os cerca de 8 mil hectares de cana previstos para este ano em Mato Grosso do Sul. O diretor de relações com investidores da Biosev, Marco Antônio Modesti, diz que as temperaturas nos dias 24 e 25 de julho passado caíram a dois graus negativos e prejudicaram as mudas que seriam usadas no plantio da área – que renderiam essas 800 mil toneladas.

Vale lembrar que em 2014, a empresa, que informou nesta semana um prejuízo líquido de R$ 325,811 milhões no 1º trimestre, não receberá mais 1 milhão de toneladas dos canaviais da São Carlos, em São Paulo, vendidas ao grupo São Martinho. Também não foi feito ainda um diagnóstico da perda por geadas nas áreas de cana de fornecedores.

Diante desse cenário, que recai diretamente sobre a perspectiva de geração de caixa nesta temporada, a 2013/14, e possivelmente na próxima, o CEO da companhia, Christophe Malik Akli, afirmou que a empresa não cortará nenhum investimento (Capex) que possa afetar a produtividade e eficiência dos canaviais, no entanto, considera que pode ser ´racionalizado´ algum investimento de retorno de longo prazo.

No primeiro trimestre da atual safra, a 2013/14, a empresa teve um Capex de manutenção de R$ 239 milhões. Como o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 220,269 milhões (crescimento de 20%), a geração de caixa após os investimentos nos ativos foi negativo em R$ 19 milhões. “Vamos também acelerar ainda mais o nosso plano de redução de custos e busca de eficiência”, afirmou Akli.

A controladora, a LDC, tem uma questão de curto prazo a resolver. Em menos de um ano, vencem as opções de venda lançadas na oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). Se o preço da ação, atualmente em R$ 10,12 (queda de 32% desde o IPO) – não superar até julho de 2014 o valor (strike) da opção, de R$ 16,57, os titulares podem exercer o direito de vender à controladora a ação por R$ 16,57, o que significaria à Dreyfus desembolsar cerca de R$ 600 milhões para recomprar esses papéis, um pouco menos do que os R$ 700 milhões captados pela Biosev no IPO.

Desde o IPO, a empresa vem tentando aumentar a liquidez de seus papéis na BM&FBovespa, explica o diretor de RI. No entanto, o volume de ações em circulação ainda está muito baixo, pois os 90% que compraram também a opção, estão retendo a ação para poder realizar a garantia”, explica.

Assim, apenas 10% das ações emitidas no IPO estão em circulação, pois os antigos acionistas minoritários, que são cerca de 20%, só vão poder negociar suas ações a partir da segunda quinzena de outubro, devido à cláusula de “lockup”.

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