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Com futuro incerto, empresas colocam pé no freio dos investimentos

Projetos de melhorias e aquisições foram postergados

Com futuro incerto, empresas colocam pé no freio dos investimentos

Diante do cenário nebuloso, os investimentos na Rio do Cachimbo, de João Pinheiro/MG, foram postergados, afirmou Zeno Cunha, diretor presidente da Destilaria. A empresa, que produz cerca de 30 milhões de litros por ano e esmaga 350 mil toneladas de cana a cada safra, sendo 70% cana própria e 30% de fornecedores, inicia as atividades sempre na primeira quinzena de abril, mas atrasou em duas semanas o início da produção para sentir como ficaria o cenário.

Cunha: intenção era aumentar a produção em 40%

O consumo recorde de etanol, no ano passado, incentivou a empresa a fazer vários planos de investimentos, que foram postergados devido à atual situação. “A nossa intenção era aumentar a produção em 40% nos próximos cinco anos, iniciando os investimentos necessários este ano, como ajustes na indústria e na parte agrícola com melhorias na irrigação, entre outros. Vamos continuar produzindo nos próximos 60 dias e ver o que acontece”, disse.

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A São José Agroindústria, de Igarassu/PE, também previa investimentos para esta safra, como troca de frotas, com aquisição de novos caminhões e tratores, como também, na indústria, com melhorias na automação e compra de nova centrífuga de açúcar, mas só irá continuar com os projetos que tiverem retorno nesta safra. Entre eles, os que não serão postergados, estão os ajustes para aumentar a fabricação de açúcar.

São José Agroindústria é de Igarassu/PE

“A gente procura ter uma saúde financeira e como tem um cenário futuro que você não consegue fazer uma leitura completa, você tende a ser conservador nestas horas”, disse Frederico Augusto Cavalcanti de Petribú Vilaça, diretor Presidente da usina.

Vilaça: situação exige ser conservador

A preocupação agora é com a safra que se iniciará em agosto e como o cenário estará até lá. A estimativa da companhia é de produzir de 2.500.000 scs de açúcar, um pouco a mais do que foi produzido na temporada passada, que foi de 2.265.000 scs. Já a produção de etanol está estimada em 27.000.000 litros, mesmo volume da safra 2019/2020.

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A SJC Bioenergia, dona das Usina São Francisco, localizada em Quirinópolis/GO e Usina Rio Dourado, com sede em Cachoeira Dourada/GO, já vem trabalhando nos últimos anos para fortalecer sua robustez diante das variações do mercado. Desta forma, elevou o caixa, alongou sua dívida, flexibilizou o mix de produção, verticalizou suas atividades com consequente redução dos custos e aumentou sua capacidade de estocagem.

SJC Bioenergia tem duas unidades em Goiás

“O mercado na safra 2020/2021 estará mais forte para açúcar, retirando, aproximadamente, três meses de consumo de etanol. Entendo não ser suficiente essa mudança para ajustar a retração do mercado devido à crise, que vou chamar de “petro-político-pandêmica”. Desta forma, a retenção do caixa virou regra de ouro. Todos os investimentos foram suspensos. Estamos racionalizando os tratos e reduzindo a renovação de canaviais para a próxima safra. Não renovando nos níveis habituais, isso traz, inicialmente, volumes adicionais à safra 21, gerando tempo e sobrevida para a retomada do mercado”, explica o diretor geral da companhia, Abel Uchoa.

Segundo ele, a retomada do mercado irá depender, fortemente, da geração de emprego, do ajuste da curva do petróleo, da estabilidade tanto do câmbio quanto da política e da vontade política. “São muitos os fatores em um só momento. Devemos ter margens negativas nesta safra e com margens de equilíbrio na safra 21/22, no que representa a parcela de etanol da companhia”, ponderou.

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