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Com estrangeiros, Pine anuncia aporte de até R$ 155 mi

O Pine anunciou ontem um aporte de capital da ordem de R$ 155 milhões, que contará com recursos de duas grandes instituições estrangeiras focadas em investimentos em países emergentes. O maior volume, porém, virá do controlador e da administração do banco. O reforço de capital veio no dia em que o Pine anunciou um aumento de 27,8% no lucro do segundo trimestre, a R$ 46 milhões.

O conselho de administração do banco francês Proparco (Société de Promotion et de Participation pour la Coopération Economique) aprovou a injeção de até € 10 milhões no banco brasileiro (aproximadamente R$ 25 milhões) por meio da subscrição de ações após a realização de auditoria. Este é o primeiro investimento do Proparco em uma instituição financeira da América Latina por meio de compra de ações.

O outro aporte estrangeiro, de R$ 30 milhões, virá do banco de desenvolvimento alemão DEG (Deutsche Investitions – und Entwicklungsgesellschaft mbH), parte do grupo financeiro estatal KfW – um dos maiores da Alemanha e criado em 1948 como parte do plano de reconstrução do país então devastado guerra.

O banco alemão já constava como acionista do Pine desde setembro, quando investiu R$ 43,7 milhões e passou a deter cerca de 2,9% do capital total do banco brasileiro. A nova injeção também ocorrerá por meio da subscrição de ações.

A maior fatia do investimento anunciado, entretanto, virá do controlador, Norberto Pinheiro, e da alta diretoria do próprio Pine, que colocarão R$ 100,8 milhões no banco – por meio da subscrição de ações ordinárias pelo controlador e ações preferenciais pela administração.

Após a conclusão das operações, sujeita à aprovação de órgãos reguladores, o DEG terá 4,6% do Pine, e o Proparco, 1,6%. O índice de Basileia do banco deve subir, então, para 17,5%. Hoje, o indicador de capitalização da instituição está em 15,9%.

A parceria com os investidores estrangeiros é estratégica para o oferecimento, no futuro, de linhas de empréstimos para clientes brasileiros, especialmente de longo prazo, explica Norberto Zaiet Jr, executivo-chefe de operações de Pine.

O DEG, explica ele, tem interesse específico em concessões voltadas para o setor sucroalcooleiro, de infraestrutura e de educação no Brasil, por exemplo. “Eles são um banco de fomento, com linhas de prazo mais longas. Já nós tendemos a apoiar clientes em prazos mais curtos. São atividades complementares”, diz Zaiet Jr.

Criado em 1977, o Proparco é de controle da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), conta com acionistas privados e administrava um portfólio de € 2,6 bilhões no fim do ano passado. Em dezembro de 2011, a instituição europeia já tinha concedido um empréstimo de US$ 25 milhões, com prazo de dez anos para o Pine – foi então que começaram as conversas para entrar no capital do banco.

No segundo trimestre, o Pine registrou lucro líquido de R$ 46 milhões, aumento de 27,8% ante igual período de 2011, mas 2,12% menor que o resultado dos primeiros três meses do ano. A carteira de crédito expandida, que inclui fianças e títulos públicos, cresceu 18,6%, a R$ 7,5 bilhões, na comparação anual. A inadimplência acima de 90 representava 0,6% do portfólio.

O Pine destacou em seu balanço o crescimento da participação de seu banco de investimentos, o Pine Investimentos, que passou a representar cerca de 11% da geração de receita. O banco tem aplicado uma estratégia de fortalecimento da área, e estima que, a médio prazo, passe a representar 15% de suas receitas.

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