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Com dificuldades, Brasil visa exportar etanol para China

O Brasil, maior exportador de etanol do mundo, está querendo enviar o biocombustível para a China, mas está encontrando dificuldades nas altas tarifas, disse uma autoridade do setor nesta terça-feira.

As importações podem ajudar Pequim a reduzir as emissões de gases causadores do efeito-estufa, enquanto desenvolve sua própria tecnologia de celulose, disse Marcos Sawaya Jank, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

“Devido ao problema da poluição, às emissões de gases estufa, as coisas estão começando a acontecer aqui na China”, depois de muitas críticas ao etanol nos últimos dois anos relacionadas à produção de biocombustíveis com matérias-primas alimentares, disse Jank.

“O etanol do Brasil não deve ser considerado como um concorrente, mas como um complemento”, acrescentou ele durante uma conferência de biocombustíveis em Pequim.

A China não permite a produção de etanol a partir de grãos, devido às preocupações de proteger a produção de alimentos e também aos temores de que as plantações, como de mandioca, invadam terras usadas para o cultivo de grãos.

“A China pode ter sua produção nacional baseada em plantações de gêneros não-alimentícios, materiais celulósicos, mas eles podem complementar isso a partir dos países que têm maior disponibilidade de água e terras, que são escassas aqui na China”, considerou Jank.

A escassez de mandioca, matéria-prima de novos projetos chineses de etanol, levou ao atraso nas aprovações das indústrias, incluindo a expansão da China Agri-Industries Holdings, maior produtora de etanol do país.

O preço da mandioca dobrou em dois anos para o recorde de 1.800 yuan (US$ 263,5) a t, antes de cair novamente para 1.300 yuan a t.

Além disso, a China não vai conseguir atingir sua meta de misturar 2 milhões de t de etanol na gasolina até 2010 e 10 milhões de t até 2020, avaliou uma autoridade do setor.

Mas as tarifas ainda afastam fornecedores potenciais, como o Brasil, a vender o produto para a China.

A China cobra uma tarifa de 30% sobre as importações de etanol, além dos 17% de taxa de valor agregado.

O Brasil e a China vão discutir uma cooperação potencial para produzir etanol a partir de biomassa.

“Nós podemos cooperar com a cana-de-açúcar à medida que tivermos bastante experiência com esse gênero para produzir etanol e eletricidade”, disse Jank.

O Brasil exporta 15% de seu etanol produzido a partir da cana-de-açúcar, com a produção totalizando 20 bilhões de litros no ano passado. Os principais compradores são os Estados Unidos e a Europa.

A China, um dos maiores consumidores mundiais de açúcar, não permitiu a produção de etanol a partir de cana-de-açúcar, apesar da produção excedente desse gênero nos últimos dois anos.

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