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Com centro de operações unificado, Tereos estima economia de R$ 25 milhões por safra

O COA visa aumentar a eficiência e produtividade das unidades da empresa por meio de uma visão única da operação

S. J. DO RIO PRETO, SP, BRASIL - 31.10.2022: Tereos Unidade Cruz Alta (Fotos: Diego Padgurschi / Divulgação)
S. J. DO RIO PRETO, SP, BRASIL - 31.10.2022: Tereos Unidade Cruz Alta (Fotos: Diego Padgurschi / Divulgação)

A Tereos investiu em uma célula de controle operacional única, o COA (Centro de Operações Agroindustriais) visando ter uma maior sinergia e integração entre as áreas e unidades industriais.

O projeto faz parte da evolução do conceito do C3 (Conectividade, Colaboração e Controle), focado em padronização e monitoramento de diferentes atividades agroindustriais, buscando oportunidades para ampliar o potencial das operações e alavancar o negócio.

Segundo a empresa, entre as principais atividades do centro estão o monitoramento dos equipamentos agrícolas, controle de tráfego de cana, padronização de processos e envios de relatórios, assim como acompanhamento do estoque e abastecimento de cana. Essas atividades garantem uma melhor conexão entre as operações agrícolas e industriais, o que proporciona mais estabilidade nos processos.

O projeto COA foi dividido em fases e lançado em 2022. A primeira fase contemplou a estabilização dos processos após a centralização e padronização dos controles e indicadores. Nesta etapa, a área focou em três objetivos principais e conquistou resultados expressivos em todas elas, como otimização da estrutura de caminhões, menor consumo de diesel e garantia de aderência ao plano de colheita.

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(Foto: Diego Padgurschi / Divulgação)

Entre os destaques dos resultados estão a redução de 11% no consumo de combustível por tonelada de cana colhida, com um potencial de ganho de R$ 5 milhões, e maior aderência ao plano de colheita, com potencial de economia de R$ 20 milhões em terceirização da colheita.

Além disso, o monitoramento integrado permitiu o aumento da tonelada de cana transportada por veículos próprios durante a safra, representando uma redução em gastos com transporte terceirizados, além da possibilidade de redefinição de rotas entre as unidades, caso necessário.

“A Tereos está sempre em busca de melhorias nos seus processos internos, o que se reflete na produtividade e nos resultados da empresa. O COA surgiu a partir da necessidade de integração e padronização entre as diferentes áreas da operação, com o objetivo de otimizar processos. Durante a primeira fase do projeto, já conseguimos identificar as importantes alavancas que o investimento traz para o negócio de forma geral”, comenta Everton Carpanezi, superintendente de Operações Agroindustriais da Tereos.

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Everton Carpanezi

Próximos passos

Para a segunda fase do COA, estão sendo estudadas inciativas estruturais como a organização dos dados e automação dos relatórios, além de outras inciativas como a central de controle de tráfego da vinhaça, com foco na qualidade da operação.

Também está em estudos iniciais a estrutura para viabilizar as iniciativas de torre industrial, torre de manutenção e segurança. No longo prazo, a expectativa é melhorar a previsão de falhas, reduzir a indisponibilidade e custo de manutenção através da Torre de Controle de Manutenção (TCM), além de novas iniciativas focadas em segurança.

Investimento em tecnologia

O Grupo Tereos é referência na utilização de tecnologias digitais em suas operações e está sempre aberto para inovações que proporcionem ganhos de eficiência e de produtividade. Atualmente, todas as unidades do grupo já utilizam inteligência artificial em suas plantas industriais através do S-PAA, único software de Otimização em Tempo Real (Global RTO) para usinas de açúcar e etanol em todo o mundo.

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Josias Messias

“Começamos a contar com o RTO em 2016, quando adotamos na primeira planta, e em 2021 todas as unidades já utilizavam o otimizador. Podemos destacar os resultados obtidos especialmente na redução do consumo específico de vapor dos nossos turbogeradores, o que resultou em menor consumo de bagaço na geração de bioeletricidade. Sabemos que vivemos em um ambiente de bastante mudança com desafios constantes como variações na quantidade e qualidade da matéria-prima, quebras ou perdas de eficiência em equipamentos, restrições econômicas, ambientes e de segurança. Nesse cenário, para um gerenciamento eficaz da indústria uma das premissas é ter decisões em tempo real. Essas decisões devem ser baseadas em engenharia e, além disso, devemos ter o foco global na planta buscando sempre o ponto ótimo. Essa é a contribuição do Otimizador em Tempo Real para a Tereos: buscar o ponto ótimo e aumentar a estabilidade do processo”, ressaltou Carpanezi.

Futuro das plantas industriais

Josias Messias, CEO da Pró-Usinas, destaca que a Transformação Digital se torna cada vez mais necessária para manter a competitividade dos diversos modelos de negócios, em todos os setores. Ele cita uma pesquisa feita pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) que revelou que, em 2022, quase um terço (69%) das empresas brasileiras tinham implementado ao menos uma tecnologia digital, confirmando que essa tendência tem avançado a passos largos.

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Douglas Mariani

“E neste cenário, a Tereos é um exemplo quando falamos em Agroindústria 4.0. Um excelente caso de integração de sistemas e metodologias que representa o futuro do setor. Neste sentido, o S-PAA ajuda a empresa a desdobrar a excelência operacional da gestão para a operação e a capturar perdas industriais, gerando ganhos econômicos, de eficiência e segurança. Por essa razão, a tecnologia brasileira Global RTO está presente em 25% da cana processada no Brasil e iniciou sua expansão internacional com três usinas na América Latina”, disse.

“Temos uma grande satisfação de nossa tecnologia já estar integrada no dia a dia operacional da Tereos. Foi uma evolução muito bem pensada, buscando ajudar nos processos que mais impactam os indicadores de performance das usinas. E evolução natural nos levou a ajudar em grande parte dos processos e em todas as plantas. Sempre estamos expandindo e buscando oportunidades no grupo para potencializar ainda mais a performance industrial”, conclui Douglas Castilho Mariani, consultor de Negócios da Soteica.

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