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Com álcool, EUA terão área recorde de milho

Cultura ganha ânimo após Bush propor que país reduza consumo de gasolina em 20% até 2017 e que parte seja substituída por álcool

Impulsionado pela alta dos preços graças à produção de álcool, o número de hectares cultivados com milho -base do álcool americano- pelos agricultores dos EUA será o maior desde 1944, na época da Segunda Guerra Mundial. A conseqüência desse crescimento é que haverá redução na área com lavouras de soja.

A produção recorde de álcool fez com que os preços do milho alcançassem seu maior valor dos últimos dez anos, mostrou uma pesquisa realizada pelo governo dos Estados Unidos.

Além disso, a cultura ganhou um novo ânimo depois que o presidente George W. Bush propôs em janeiro que os EUA reduzam em 20% o seu consumo de gasolina até 2017 e que parte desse montante seja substituído por álcool.

O número de hectares cultivados com milho crescerá 15,5% em relação a 2006, passando a 36,605 milhões de hectares, disse ontem o Departamento de Agricultura dos EUA (Usda, na sigla em inglês) em seu relatório anual sobre as lavouras de primavera. O número de hectares plantados com soja deve recuar 11,2%, para 27,17 milhões de hectares, a menor área dos últimos 11 anos.

Analistas ouvidos pela Bloomberg News previram um aumento de 12% no número de hectares cultivados com milho e uma queda de 8,4% nas lavouras de soja.

Os agricultores estão cultivando um número maior de hectares com milho, que é a maior safra dos EUA, pois o lucro líquido por acre (medida agrária) gerado pela commodity superará o lucro obtido com a soja em aproximadamente US$ 150 (cerca de US$ 371 por hectare), dependendo da produtividade, disse Jim Stephens, presidente da Farmers National Commodities, empresa que administra mais de 445,1 mil hectares.

“A economia ditou os planos da enorme migração para o milho, mas agora temos de nos preocupar com o clima” para tomarmos as decisões finais a respeito do plantio, disse Stephens antes da divulgação do relatório. “Dizer que você quer semear um número maior de hectares é muito diferente de realmente fazer o plantio das sementes.”

O relatório do Usda se baseia em pesquisa sobre as intenções de plantio de mais de 86 mil agricultores durante as primeiras duas semanas de março. Mudanças climáticas, nos preços ou na demanda podem levar os agricultores a alterarem seus planos.

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