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Com acordo, exportação agrícola para UE pode aumentar US$ 1 bilhão

O diretor-presidente do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone), Marcos Sawaya Jank, estima que as exportações agrícolas do Brasil para a União Européia (UE) poderão ter crescimento imediato de US$ 1 bilhão por ano, decorrente de acordo de comércio entre os dois blocos.

Os cálculos do Icone, instituto que reúne entidades e empresas brasileiras com interesses no setor agropecuário, tomam por base as ofertas agrícolas já apresentadas pela UE ao Mercosul, ou seja, não consideram as possíveis melhorias nas propostas recentemente prometidas pelo Comissário de Comércio da UE, o francês Pascal Lamy, e que deverão ser apresentadas aos negociadores brasileiros no dia 20 de setembro.

Jank diz que as estimativas de ganhos adicionais com exportações agrícolas para a UE foram feitas com base também nos preços de determinados produtos brasileiros (carne bovina, por exemplo) vigentes no mercado interno europeu, que são mais elevados que os preços de exportação para outros destinos.

“Os preços das carnes comercializadas no regime de cota para a Europa são mais altos”, diz o especialista, que participou, no Rio, da Conferência Internacional América Latina, Brasil e União Européia ampliada, organizada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Jank vê com otimismo a promessa de Lamy de melhorias nas ofertas agrícolas da UE. Com isso, retoma-se a perspectiva de compromisso de acordo Mercosul-UE até 31 de outubro, data prevista originalmente.

Ele defende, contudo, a necessidade de maior envolvimento da sociedade brasileira no processo, sobretudo porque, em sua percepção, o setor empresarial brasileiro de forma geral tem mais simpatia pela Área de Livre Comércio das Américas (Alca), do que pelo Mercosul-UE.

Para Jank, um acordo com a UE poderá representar “o conserto do Mercosul”, bloco que, segundo Jank, está hoje longe de ser, sequer, uma zona de livre comércio, que é o estágio mais inicial de integração.

“Sou um dos maiores defensores do acordo Mercosul-UE, sobretudo para fortalecer o Mercosul”, disse o embaixador José Alfredo Graça Lima, representante do Brasil junto a UE.

Em seu entender, a realidade hoje é de um “Mercosul à la carte; não é uma união aduaneira, mas uma zona de livre comércio com exceções”, acrescentou, referindo-se a recentes medidas restritivas de comércio adotadas unilateralmente pela Argentina em relação ao Brasil.

Graça Lima aguarda a prometida oferta melhorada da UE para as exportações agrícolas do Mercosul.

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