JornalCana

Com a Petrobras, custo do álcool cairá

Atuação da estatal reduzirá os gastos com transporte para US$ 20 o metro cúbico. A entrada da Petrobras no mercado de álcool, na condição de trading company, contribuirá para reduzir os custos logísticos da cadeia exportadora do produto, atualmente um dos maiores entraves para a competitividade do etanol produzido no Brasil. O diretor presidente da Sociedade Corretora do Álcool (SCA), Jacyr Costa Filho, calcula que os investimentos que a petroleira terá que fazer para escoar a produção a ser exportada para países como Venezuela, Japão e China reduzirão o custo de transporte dos atuais US$ 40 por metro cúbico para algo em torno de US$ 20. Nos Estados Unidos, compara o executivo, esse custo limita-se a US$ 10 por metro cúbico.

Por isso mesmo, afirma, a decisão da Petrobras foi bem recebida pelo setor sucro-alcooleiro, que trabalha com uma perspectiva de crescimento de 40 bilhões de litros do mercado mundial de álcool até 2015. A expectativa, segundo Jacyr, é de que a indústria brasileira, hoje responsável por 50% do mercado global, participe com uma fatia de 30% desse crescimento nos próximos dez anos. Atualmente, as usinas brasileiras produzem cerca de 17,5 bilhões de litros de álcool. Em 2015, estima o executivo, deverão chegar a uma produção de 30 bilhões de litros.

“A participação do Brasil se diluiria com a entrada de novos agentes no mercado, mas isso é benéfico, pois precisamos criar um mercado global. Hoje, com o Brasil como principal produtor, existe o temor de se ficar dependente de um único fornecedor. Quanto mais agentes concorrerem, maiores as possibilidades de conquistarmos novos clientes”, justifica Jacyr.

Para viabilizar sua estratégia exportadora, a Petrobras construirá um alcoolduto que levará a produção das usinas do interior paulista para o terminal da empresa na Ilha D””água, no Rio de Janeiro. Tais investimentos são necessários devido as exigências de importadores potenciais como o Japão, que só comprarão etanol sem contaminação de hidrocarbonetos. Por isso, a estatal não poderá embarcar álcool transportado por dutos já utilizados para outros combustíveis.

Atualmente, o álcool exportado pelo Porto de Santos embute um custo de transporte que varia de US$ 35 a US$ 40. Nos portos do Nordeste, o transporte responde US$ 12.

Com relação aos embarques para a Venezuela, que receberá em julho uma primeira carga de 25 mil metros cúbicos de álcool da Petrobras, o executivo da SCA estima um potencial de exportação de 100 mil metros cúbicos até o fim deste ano. Ele adverte que a Petrobras precisa contratar a partir de agora o produto a ser embarcado. “A safra começou, e este é o melhor momento para se negociar a carga a ser embarcada”, diz Jacyr, que participou ontem, no Rio, do 4º Seminário Brasileiro de Logística de Distribuição de Combustíveis, organizado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás Natural (IBP).

kicker: Um alcoolduto levará a produção a ser exportada das usinas do interior paulista para o terminal da Petrobras na Ilha D””água, no Rio

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram