A Colombo Agroindústria encerrou a safra 20/21 com recorde na moagem e financeiramente. Os 9,9 milhões processados representam 10% a mais do que o grupo processou no ciclo passado. A produção de etanol também foi expressiva, chegando a 471 milhões de m3; a de açúcar contabilizou 650 mil toneladas e a energia, 249 GW.
Na temporada, as unidades conseguiram produtividade agrícola de 83 TCH em canaviais que têm idade média de 3,24 anos. A concentração de açúcar (ATR kg/Ton) foi de 144,0 com rendimento agrícola de 12,0 ton ATR/ha e ART na indústria de 15,97% com Unicop de 2,79.
O lucro líquido da empresa apurado no exercício encerrado em 31/03/21 foi a R$ 405 milhões, sendo que no exercício anterior, o lucro líquido ficou na casa dos R$ 216 milhões. O destaque no período vai para a margem EBITDA Ajustado acima de 50% e com pouca volatilidade, mesmo com as variações de preços do mercado nas últimas safras. A dívida líquida atual da companhia é de R$ 843 milhões.
O bom desempenho da Colombo Agroindústria foi evidenciado também pela S&P Global Ratings, que no dia 7 de julho, atribuiu a maior nota de rating de crédito de longo prazo em escala nacional à empresa: br AAA.
A fundamentação está pautada na robustez da empresa sucroenergética brasileira, que possui elevada eficiência operacional, baixa alavancagem, custo−caixa competitivo, liquidez relevante, além da diversificação de produtos e canais de venda no mercado interno e externo, com flexibilidade operacional de produção entre etanol e diversos tipos de açúcar. O rating e sua perspectiva estável são reflexos da dedicação e de todo o trabalho da companhia ao longo dos anos. Os bons números refletem o empenho da organização na busca por maior competitividade e rentabilidade.
Governança
Segundo Anderson Roberto Travagini, COO/CFO da empresa, nos últimos seis anos, a Colombo passou por uma reorganização societária e de gestão e, agora avança no plano estratégico com investimentos em tecnologia 4.0, como automação de campo e parque industrial, conclusão da profissionalização da gestão, transformação em agroindústria, além da implementação do modelo de governança corporativa aprovado.
O primeiro passo dessa mudança foi a sucessão familiar por executivos nos níveis gerenciais e diretivos da companhia que passaram por processo de assessment, mentoria e coaching. Foi criado o conselho de administração para estabelecer o elo de ligação entre a família e o negócio, com sete cadeiras para conselheiros familiares e duas para conselheiros independentes. Também foram criados comitês estratégicos para apoiar o colegiado, como os comitês de auditoria, riscos, compliance e fiscal.
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A estrutura societária da família também foi reorganizada. Foram criadas sete holdings familiares para agrupar os diferentes núcleos do clã. Estas holdings passaram a controlar uma nova holding, a Angelina Participações S/A, que por sua vez tem as ações das empresas operacionais. Além disso, foi reorganizada a estrutura corporativa com a incorporação da Companhia Agrícola pela Usina Colombo, criando a Colombo Agroindústria S/A, enquanto o negócio de terras foi segregado em uma empresa à parte, a João Colombo Agrícola.
As diretorias na agroindústria seguem diretrizes e políticas de gestão de risco, conformidade e controles internos que asseguram os cumprimentos regulatórios e legais, transparência na gestão e mitigação de riscos do negócio.
Evidência deste modelo foi a implantação da Torre de Controle em 2020, com o objetivo de centralizar e garantir as informações de resultados dos processos, controle da qualidade e excelência operacional. “Hoje, por exemplo, o CCO – Centro de Controle Operacional instalado na unidade de Ariranha recepciona e trata as informações das indústrias e agrícolas das unidades de forma corporativa, garantindo decisões assertivas” comenta.
A finalização de todo esse processo de profissionalização da gestão está prevista para janeiro de 2022, quando Anderson Roberto Travagini, atual COO/CFO, assumirá como CEO da empresa, além da promoção de três executivos para as diretorias financeira e comercial.
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História
Na década de 40, no município de Ariranha −SP, a família Colombo construiu o seu primeiro engenho e iniciou a produção de aguardente. Com a crescente produção, a família transferiu o engenho para a fazenda Bela Vista, onde permanece até hoje. Em 1979 fundou a Companhia Agrícola Colombo. Na década de 80, descontinuou a produção de aguardente e iniciou a produção de álcool com recursos próprios, quando passou a integrar o Pró−Álcool, tornando−se a primeira destilaria autônoma do Brasil na produção de Álcool combustível. Nos anos 90, começou também a produzir açúcar cristal e construiu uma refinaria. Todos os investimentos permitiram que o Colombo se transformasse num dos maiores grupos empresariais do setor no Brasil.
A Colombo Agroindústria S/A tem sua matriz na cidade de Ariranha e filiais em Palestina e Santa Albertina, todas no interior do Estado de São Paulo. Emprega diretamente 5,2 mil pessoas e produz açúcar (VHP, cristal, refinado, demerara e premium), etanol (anidro e hidratado) e energia elétrica. Além do açúcar Caravelas, o segundo mais vendido do país, a empresa produz e embala marcas próprias de diversas empresas brasileiras. Em agosto, lançará mais um produto, o açúcar mascavo.
Mercado Financeiro e de Capitais
De acordo com Travagini, a Colombo fez em março/2021 (safra 20/21) seu primeiro acesso ao mercado de capitais, por meio de um CRA Verde, com rating de “brAA+” validado pela S&Poor’s, onde os recursos da captação tinham como objetivo aumentar a produção atual de etanol hidratado e cogeração de energia. Conforme relatado, a emissão superou todas as expectativas (com reservas 1,7x superior ao volume emitido). Vale reforçar que a empresa tem capacidade instalada de processamento de cana de 10,5 milhões de toneladas. “Nossa emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), ficou na ordem de R$ 360 milhões”, informou.
Foi relatado ainda que na safra 20/21 a Colombo Agroindústria alcançou números operacionais e resultados financeiros históricos, superando todos os KPIs definidos como metas.
Tais melhoras contribuíram e muito para uma nova etapa da Cia., que em julho/21 teve um upgrade de sua nota de rating, alcançando pela primeira vez o rating “brAAA” – escala nacional, certificado pela S&Poor’s. De acordo com Travagini, esta conquista é o resultado da soma de todos os esforços dos times e contribuirá e muito para os projetos, etapas e metas almejadas pela empresa num período de curto e médio prazo.
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“Com um mix açucareiro e com marca e presença fortes no varejo, a Colombo Agroindústria aproveitou o cenário de déficit global de estoques de açúcares e acessou de forma consolidada e com maior presença o mercado externo, exportando uma parte de seus produtos acabados, movimento que contribuiu para a recuperação de melhores prêmios e margens de vendas de seus produtos”, comentou Travagini.
O executivo explicou ainda que a usina exporta 30% da sua produção de açúcares e, os outros 70% são comercializados no mercado interno, onde tem alcançado bons patamares de preços e excelentes margens. Além disso, com a flexibilidade da planta, pode, por exemplo, aproveitar o preço quando há atratividade nos preços de comercialização de etanol, virando a chave da indústria no momento oportuno.
Para a temporada em curso, apesar de prever a quebra na safra, devido à crise hídrica, as expectativas continuam positivas, com boas oportunidades de preço. “Estamos trabalhando o déficit de que vamos ter com oportunidades de mercado, com a compra de cana de fornecedor para atender a demanda”, afirmou.
A empresa, ainda, se utilizou dos benefícios do RenovaBio, com a geração de CBIOs que reforçaram seus recursos financeiros.
Investimentos e melhorias de processos
De acordo com Travagini, na safra 20/21 a empresa deu mais um passo em seu processo de reestruturação, com a estruturação de “Torre de Controle” (citada anteriormente), que apoiará no controle de metas e resultados advindos de operações agrícolas e industriais, modelo este também definido como pioneiro no setor.
Ainda na safra 20/21 houve um grande movimento de investimentos e melhorias tecnológicas, como renovação de frota, tancagem (aumento a capacidade de estocagem de etanol da empresa), mais investimentos em manejo agrícola, como exemplos plantios em sistema de meiose, que contribuirão e muito para os resultados futuros, conclui Travagini.
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Tecnologia S-PAA
O diretor industrial Hélio Luis Pavani, falou sobre os investimentos que a empresa vem realizando. “Ano passado fizemos investimentos em todas as unidades, propiciando um bom índice de automação e de controle industrial. Trabalhamos muito em cima das perdas, inclusive, não desperdiçamos nada de água, o que é um grande diferencial, pois nossas perdas são muito baixas, e temos um trabalho forte em cima de automação. Este ano adquirimos a tecnologia S−PAA para as plantas de Santa Albertina e Palestina e, estamos muito satisfeitos com o rendimento que a gente está obtendo lá, principalmente da cogeração”, comentou.
Segundo o diretor, a unidade Santa Albertina está tendo uma recuperação de 2 MW/hora, seguida da unidade de Palestina de 0,3 MW/hora. “O que mais impressiona é que estamos economizando vapor e bagaço” explicou.
Pavani ressaltou ainda que a unidade de Ariranha tem capacidade diária de 30 MW/h com um projeto em estudo de mais 22 MW/h, totalizando 52 MW/h e que estão em andamento estudos para investimentos na produção de leveduras, biogás e aumento de cogeração.
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O diretor agrícola, Lucas André Lopes, afirmou que graças ao trabalho de sistematização da lavoura e formação de blocos de colheita setoriais, a Colombo Agroindústria vem alcançando uma expressiva redução no custo de CTT. “Este trabalho é iniciado no planejamento agrícola e busca evidenciar a máxima colheitabilidade das áreas, aliada a conservação do solo e, juntamente com a logística, define se em campo os melhores traçados para escoamento da produção”. Outro fator de impacto da sistematização, comenta o diretor, foi a redução drástica do pisoteio, aliada a implementação de tecnologias embarcadas.
O resultado consolidado do custo de CTT da safra 20/21 foi de R$ 25,52 por tonelada. O diretor destacou ainda o trabalho que vem sendo desenvolvido no controle de pragas, atingindo números bastante significativos. O índice de infestação final de broca da cana-de-açúcar no grupo fechou a safra 20/21 em 0,85%. “A cada 15 dias fazemos o monitoramento das áreas, e após isso, caso seja necessário, é realizado o manejo agronômico para combater a praga”, explicou Lopes.
Com o cronograma em dia e muita disposição de sua diretoria, a Colombo Agroindústria S/A busca registrar mais uma excelente safra, contabilizando novos recordes.