Na safra 2018/19, o índice de mecanização atingiu 95,3% do total de área cultivada com cana-de-açúcar no Estado de São Paulo. Ou seja, nos 514 municípios produtores de cana pesquisados em levantamento feito pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA), o uso de máquinas atinge quase a totalidade das áreas cultivadas.
Os pesquisadores do IEA destacam o rápido processo de adoção tecnológica do setor, uma vez que, na safra agrícola 2007/08, o índice de mecanização era de 41,7%, e, após 11 safras, houve um salto de mais de 54 pontos percentuais.
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Com o rápido avanço da mecanização, foram observados impactos sobre a utilização de mão de obra. Na safra 2007/08, quando a mecanização ainda era parcial no Estado, o número de cortadores de cana-de-açúcar era estimado em 163.098 pessoas.
Atualmente, utilizando-se parâmetros como produtividade média do trabalhador (8,78 t/dia), tempo de colheita em dias úteis de 132 dias e a produção colhida de forma manual, estimou-se em 18.477 trabalhadores na safra 2018/19; ou seja, pouco mais de 10% dos cortadores continuam em atividades.
“Houve, logicamente, uma reconfiguração nas ocupações de trabalho, dando-se destaque à figura do tratorista. Mas, resta ainda um contingente de mão de obra com perfil educacional mais baixo, menor capacitação; por outro, novas profissões mais especializadas e maior nível educacional, podem representar um acréscimo de renda nessas novas ocupações”, dizem os pesquisadores.
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A Lei nº 11.241 prevê a eliminação total da queima em áreas com aptidão para o uso de máquinas para o ano de 2021, mas o processo foi antecipado para 2014 pelas usinas que aceitaram o Protocolo Ambiental. “Para os que não aderiram ao Protocolo, vale a legislação estadual”, explicam os pesquisadores, ressaltando que, para áreas que apresentam os problemas mencionados, o Protocolo Agroambiental impõe o ano de 2021 para o término das queimadas, enquanto a lei permite a erradicação até o ano de 2031.
Já o Protocolo Etanol Mais Verde, firmado em 2017, abarca questões sobre Código Florestal, combate a incêndios, conservação do solo, melhor utilização da água, recuperação de matas ciliares, além da proteção à fauna – reforçando pontos positivos exigidos pela economia brasileira e internacional.
“O Etanol Mais Verde contempla ações não previstas no Protocolo Agroambiental e aprofunda o compromisso firmado pelo setor sucroalcooleiro”, explicam os pesquisadores.
O levantamento mostrou ainda que a cana-de-açúcar, principal produto da agropecuária paulista, mantém a primeira posição no ranking do Valor da Produção Agropecuária (VPA), gerando sozinha R$ 30,2 bilhões, montante que corresponde a 37% de toda a riqueza produzida em São Paulo, em 2019.
Em 19 Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDRs) dos 40 em que o Estado está dividido, a cana-de-açúcar responde por mais de 40% da renda agrícola total, e está entre as cinco maiores em 32 delas.