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Colhedoras abrem caminho para mecanização total

Mecanização ampla, total e quase irrestrita. Esta é a nova bandeira que começa a ser levantada no campo, pelo menos nas lavouras de cana-de-açúcar. Pode demorar um pouco para ser totalmente conquistada e implantada. Mas, na opinião de técnicos, agrônomos, gerentes e diretores de empresas, é um processo irreversível. E quem vai na

frente, abrindo caminho, são as colhedoras mecânicas. Criticadas por gerar demandas e dúvidas nas áreas tecnológica, social e econômica, essas máquinas surgem como alternativa para solucionar problemas

vinculados justamente a esses setores. Agora, viraram “objeto de desejo” de novas usinas e unidades produtoras já existentes.

Os números revelam a velocidade da “invasão” das colhedoras nos canaviais. Há uma “explosão” de negócios neste segmento. Para um mercado que comercializou 60 máquinas em 2003, o crescimento é

altamente significativo se for levado em conta que 2006 deverá fechar com um balanço entre 200 a 240 colhedoras vendidas, segundo Isomar Martinichen, diretor comercial da marca Case IH para o Brasil e

Argentina, da CNH. As perspectivas, para o próximo ano, são ainda mais animadoras: o total de vendas deverá ficar entre 300 a 350 colhedoras. “As análises de mercado, até 2010, indicam que o crescimento continuará. Existe uma tendência mundial para a mecanização de 100% da produção agrícola, do plantio à colheita. Na cultura da cana-de-açúcar, o Brasil tem grande destaque nesse processo porque é o grande produtor mundial”, observa. Apesar de projeções mais modestas, o gerente comercial da Unidade de Negócios Cana da John Deere, de Ribeirão Preto, SP, José Luís Coelho, não esconde a euforia que toma conta dos negócios com colhedoras. “As novas usinas estão plantando cana em áreas com topografia plana, apropriadas para a mecanização. A colheita mecanizada resolve o

problema da falta de mão-de-obra e até de questões sociais, provenientes do corte manual, devido à contratação de funcionários de outras regiões que passam a residir, em muitos casos, em pequenas cidades que não têm infra-estrutura para abrigá-los”,

analisa.

De acordo com ele, a utilização dessa tecnologia equaciona problemas ambientais ocasionados pelas queimadas. Há, ainda, vantagens econômicas, devido ao rendimento das máquinas, e tecnológicas. Na

opinião do gerente da John Deere, as dificuldades técnicas por causa do corte de base e da impureza mineral já são assuntos superados. Para ele, somente áreas com declives ou pedregosas vão ficar de fora da mecanização. Segundo José Coelho, as vendas em 2006 no mercado nacional deverão registrar entre 180 a 200 colhedoras. No próximo ano, o total irá variar entre 240 a 260 e chegará a 300 máquinas entre 2009 e 2010.

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