Cogeração

Cogeração de energia alcança 20,4 GW no Brasil, com crescimento de 4,5% na capacidade instalada em 2022

Ano de 2022 teve um incremento de 886,9 MW, de acordo com levantamento da Cogen

Cogeração de energia alcança 20,4 GW no Brasil, com crescimento de 4,5% na capacidade instalada em 2022

A cogeração em operação comercial no Brasil é de 20,4 GW, o que equivale a 1,46 vezes a capacidade instalada da maior hidrelétrica do país, a usina de Itaipu, que contém 14GW.

O total foi apurado em dezembro de 2022, de acordo com informações levantadas pela Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen) junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O número representa 10,8% da matriz elétrica brasileira (188,98 GW).

Em 2022, o incremento foi de 886,9 MW, o que equivale a um crescimento de 4,5% no período de 12 meses (19,6 GW em dezembro de 2021). Foram adicionados 639,1 MW em 18 novas usinas e 247,9 MW em sete ampliações de capacidade instalada.

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Somente ao longo do mês de dezembro foram adicionados 11,56 MW de óleos vegetais da usina Palmaplan Energia 2 (RR) e 58,62 MW de bagaço de cana oriundos das usinas São Luiz -SP, Viralcool Castilho 2 -SP e Destilaria Melhoramentos -PR.

No país, a cogeração conta agora com 652 usinas. A produção de energia movida a bagaço de cana-de-açúcar conta com 386 usinas, totalizando 12,316 GW instalados, o que representa 60,3% do total da cogeração.

Em segundo lugar, no ranking, está o licor negro, com 21 usinas, perfazendo 3,407 GW instalados (16,7%). Já a cogeração a gás natural tem 93 usinas, somando 3,152 GW instalados (15,4%).

A cogeração derivada de cavaco de madeira chega a 880 MW instalados (4,3%) derivadas de 70 usinas. A produzida com biogás detém 371 MW instalados (1,8%), partindo de 50 usinas. Outras fontes somam 299 MW instalados, com 32 usinas, e completam o quadro (1,5%).

Os números de 2022 superaram a projeção da Aneel, que inicialmente era da entrada em operação comercial de 807,18 MW.

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Newton Duarte, presidente executivo da Cogen

“Esse é um sinal de que o mercado vem apostando na cogeração de energia, que tem imensa importância para a segurança energética do país”, afirma o presidente executivo da Cogen, Newton Duarte.

“É uma energia distribuída, gerada em usinas próximas dos pontos de consumo, o que dispensa a necessidade de investimentos em longas linhas de transmissão. E é uma energia firme, com qualidade, não intermitente A cogeração é fundamental para uma matriz elétrica mais equilibrada, poupando água dos reservatórios das hidrelétricas”, diz Duarte.

A expetativa da Cogen é que o potencial da cogeração de energia possa ser mais bem reconhecido no planejamento energético brasileiro.

“As usinas de cogeração movidas a biomassa têm diversas externalidades econômicas e ambientais. Acreditamos que os organismos de planejamento poderiam ser mais assertivos ao sinalizar a expectativa de crescimento da cogeração. Isso seria importante para a decisão de investimento. O potencial de crescimento é expressivo, sobretudo com as possibilidades de um novo uso da cana-de-açúcar e seus resíduos (como por exemplo a vinhaça da produção do etanol e da torta de filtro) com o advento da produção de biometano”, explica Duarte.

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“Também apostamos no crescimento da cogeração a gás natural, principalmente com as perspectivas de novos ofertantes da molécula a preços mais competitivos, fator que pode trazer uma maior viabilidade para os projetos de cogeração”, acrescenta o presidente executivo da Cogen.

De acordo com o do diretor de Tecnologia e Regulação da Cogen, Leonardo Caio Filho, a cogeração a biomassas tem sido essencial para garantir a segurança energética do país.

“Em 2021, a cogeração contribuiu para poupar 14 pontos percentuais do nível dos reservatórios das hidrelétricas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que é justamente onde está o principal mercado consumidor do país. Vale lembrar que as usinas de açúcar e etanol entregam essa energia principalmente no período de safra, o que coincide com o período seco”.

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No ranking por unidades da federação de cogeração por biomassa, o Estado de São Paulo lidera a lista com 7,5 GW instalados. Em seguida estão Minas Gerais (2,1 GW instalados); Mato Grosso do Sul (1,9 GW instalados); Goiás (1,5 GW instalados); Rio de Janeiro e Paraná (cada um com 1,3 GW instalados), e Bahia (1,1 GW instalados).

Entre os cinco setores industriais que mais usam a cogeração estão o Sucroenergético (12,397 GW), Papel e Celulose (3,262 GW), Petroquímico (2,305 GW), Madeireiro (832 MW) e Alimentos e Bebidas (638 MW).