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Coca-Cola investe R$ 3 milhões para vender álcool combustível

Animada pela alta dos preços do etanol, a Coca-Cola vai investir R$ 3 milhões para expandir sua capacidade de produção de álcool em 2006. A multinacional, que possui uma parceria com uma usina no Amazonas, pretende vender o combustível a distribuidores do Estado.

“Antes produzíamos 90% de açúcar e 10% de álcool, mas no próximo ano a participação do álcool aumentará para 45%”, diz Eduardo Pachikoski, diretor da Agropecuária Jayoro, parceira da Coca-Cola no empreendimento. A usina foi originalmente concebida para fornecer açúcar para a fábrica de xarope.

Como a usina é a única do Amazonas, o mercado consumidor está garantido. Hoje, todo o álcool consumido no Estado vem do Mato Grosso. O objetivo da Coca é vender o álcool para distribuidores locais. O preço médio do álcool hidratado nos postos de gasolina de Manaus é de R$ 2,25 o litro.

Embora seja mais caro que em outros Estados, como São Paulo onde o litro custa em média R$ 1,30 na bomba, o anidro em Manaus ainda é 20% mais barato que a gasolina, vendida a R$ 2,79. Nos 24 últimos meses, os preços do etanol subiram 58%.

A parceria entre Coca-Cola e Jayoro data de 1997. Na época, a multinacional, que tem uma fábrica de xarope de refrigerante na região, buscava uma alternativa mais econômica de fornecimento de açúcar. O açúcar, matéria-prima do xarope, era comprado em Ribeirão Preto (SP) e viajava quase 4 mil quilômetros até a unidade, que fornece xarope para as 36 fábricas da Coca-Cola no Brasil e é exportado para outros países.

Foi quando a Coca se deparou com uma fazenda abandonada de 59 mil hectares, projeto ambicioso inaugurado de olho nas promessas do Proálcool nos anos 70. O Proálcool naufragou, junto com o empreendimento Jayoro, dos empresários Francisco e Jacob Magid.

A Coca, então, firmou um contrato de parceria de quase vinte anos que vence em 2015. Por meio dele, ela investe na fazenda em troca de toda a produção agrícola da propriedade. Até hoje, a multinacional já investiu R$ 67 milhões na recuperação e plantio dos canaviais e de pés de guaraná, na construção de uma fábrica de extrato de guaraná e da única usina de açúcar e álcool do estado.

A usina foi montada com o objetivo único de fornecer açúcar para o xarope da Coca. Mas, com os bons preços do álcool, a Coca pretende investir aumentar a capacidade de sua destilaria de etanol. A decisão da Coca de aumentar porcentualmente a produção de álcool não prejudicará o abastecimento de açúcar de sua fábrica de xarope. “A Coca absorve cerca de 30% de nossa produção de açúcar cristal. O restante vendíamos para outras indústrias ou distribuidores. Agora, vamos vender menos açúcar e mais álcool”, explica Pachikoski. Ele não revela qual o volume de produção de álcool e açúcar.

A Coca-Cola e a Agropecuária Jayoro vem expandindo o plantio de cana, que cresceu 80% nos últimos cinco anos. Neste ano, foram cultivados 4 mil hectares que resultaram em uma colheita de 280 mil toneladas de cana-de-açúcar. (Primeira Hora)

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