JornalCana

CNI vê crescimento industrial concentrado em torno da cana-de-açúcar

Embora concentrado em alguns setores, a indústria mostrou em janeiro que há continuidade no dinamismo verificado ao fim de 2006. “Não é um crescimento com grande intensidade”, avaliou o economista-chefe da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco. “Mas não há dúvidas de que a economia segue evoluindo”, completou.

Com nova metodologia, que inclui resultados setoriais e mudanças na ponderação e na conceituação de variáveis, a CNI divulgou hoje os indicadores industriais para janeiro. Agora, é possível saber, por exemplo, quais setores contribuem para o avanço ou a retração da indústria a cada mês.

Dois setores, alimentos e bebidas e refino de petróleo, por exemplo, vêm apresentando expansão destacada desde 2006, que se repetem neste início de ano. Entidades representativas do setor alimentício, ouvidas pela CNI, explicaram que há grande movimento em torno da produção de cana-de-açúcar, onde as contratações têm aumentado e quase não há demissões.

Para a CNI, pode ser reflexo do impulso da nova indústria de biodiesel, e também do aumento expressivo na produção e exportação de açúcar e álcool, verificados no ano passado.

Representando 20,3% de toda a produção industrial do país, o setor de alimentos e bebidas registrou crescimento real (deflacionado pelo INPC) de 12,9% na geração de empregos em janeiro, sobre o mesmo mês de 2006; a produção aumentou 11,1% (horas trabalhadas); pagou salários com aumento real de 16,4% e registrou 4,3% a mais nas vendas.

A área de refino de petróleo representa apenas 1,4% da indústria total, mas teve alta de 21,6% nas vendas em janeiro em relação a igual intervalo do ano passado, a segunda maior taxa, atrás apenas de equipamentos de informática que cresceu 43,3% no mês. O emprego aumentou 21,5% nas empresas desse setor.

Segundo a CNI, na indústria em geral houve expansão de 3,6% na contratação de mão-de-obra, ainda comparado com janeiro de 2006. Há 14 meses consecutivos, registra-se avanço no emprego industrial.

Para Castelo Branco, com as vendas seguindo em tendência de alta, ao registrar 6% em janeiro, “e todas as condições macroeconômicas favoráveis continuando presentes”, a perspectiva é de que a economia cresça mais em 2007 do que em 2006.

Ele só não arrisca previsões, pois com a divulgação da série revista do Produto Interno Bruto (PIB), ontem, a CNI vai se debruçar “nas mudanças expressivas da composição” do indicador de riquezas do país, divulgado pelo IBGE. O economista lembrou que, no novo PIB, a participação da indústria caiu de 37,9% para 30,3% do total.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram