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CNA quer garantir renda na lavoura de cana

O presidente da Comissão Nacional de Cana-de-Açúcar da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Edison José Ustulin, pediu aos líderes do setor agrícola e ao Congresso Nacional atenção especial aos 50 milhões de produtores independentes de cana, que podem ser expulsos da atividade devido à crise de renda na lavoura canavieira.

Segundo dados da CNA, o preço pago ao produtor pela tonelada de cana está 20% abaixo do custo de produção.

“Não podemos ser omissos em relação a esse fator social. Sem receita, o produtor, que está o ramo há 100 anos, fica endividado e corre o risco de perder sua propriedade. Além disso, a flutuação descontrolada dos preços denuncia a falta de organização e de planejamento do setor”, afirmou Ustulin durante audiência pública ontem (9), na Câmara dos Deputados, sobre a regulação da cadeia produtiva da cana.

O representante da CNA explicou que é preciso uma regulação mínima para que os produtores possam também participar da expansão do setor. Para a CNA, é vital a criação de uma política de preço mínimo, que garanta a renda no produtor. “Estamos expostos às regras de mercado, mas existe uma relação desigual entre fornecedor e indústria. Pela natureza do nosso produto, estamos em desvantagem e o governo precisa equalizar”, esclareceu o presidente da Comissão da CNA. Ustulin lembrou ainda a necessidade de disciplinar a liberação de recursos públicos destinados à construção de novas usinas, considerando a demanda.

Com a intenção de proteger a função social da atividade, o vice-presidente da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), José Carlos Teixeira, criticou o modelo do Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool (Consecana), que atrela o preço da matéria-prima aos valores dos produtos finais. Ele defendeu a necessidade de estabelecer uma regra já existente no Estatuto da Lavoura Canavieira, pela qual usineiros eram obrigados a moer cana de produtores independentes.

Produtores de cana e usineiros concordam com a importância de uma revisão tributária no setor, do investimento em infra-estrutura e da criação de um estoque estratégico para que o Brasil possa se tornar fornecedor de biocombustíveis. O deputado Abelardo Lupion (DEM-PR) defendeu, durante a audiência, os subsídios aos produtores de cana com o objetivo de estimular a produção e a liderança brasileira no mercado mundial. “Vamos fazer como todo mundo faz e dar apoio ao nosso produtor para aproveitar essa oportunidade”, declarou o parlamentar.

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