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CNA levanta custos de produção de cana

Segundo entidade, a receita obtida com a atividade foi de R$ 97,98/tonelada

CNA levanta custos de produção de cana

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizou, na última semana, levantamentos de custos de produção de cana-de-açúcar dos municípios de Ituverava (SP) e Uberaba (MG).

A iniciativa faz parte do Projeto Campo Futuro, que analisa as informações obtidas a partir da realidade produtiva apresentada pelos produtores nos painéis, que passaram a ser virtuais neste ano por medidas de segurança e prevenção contra o coronavírus para evitar o contágio da doença.

Na sexta (2), o levantamento dos custos de produção aconteceu em Ituverava (SP). A propriedade modal da região é de 400 hectares, com 80% do plantio feto de forma manual e 20% mecanizado, enquanto a colheita é 100% mecanizada.

Segundo dados preliminares do painel, a produtividade obtida na última safra foi de 85 toneladas por hectare, ganho de 9% em relação ao levantamento anterior. Também houve alta de 14,5% no preço do Açúcar Total Recuperável (ATR).

De acordo com Rogério Avellar, assessor técnico da CNA, a receita obtida com a atividade foi de R$ 97,98/tonelada e cobre o Custo Operacional Total (COT), que foi de R$ 89,71/tonelada e envolve as despesas rotineiras com a produção mais depreciação de patrimônio e pró-labore, gerando margem líquida positiva R$ 8,27/tonelada. No entanto, em relação ao Custo Total (CT), de R$ 123,37/tonelada, que engloba COT e remuneração de terra e capital, o produtor tem prejuízo de R$ 25,39/tonelada.

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No dia 29, o levantamento feito em Uberaba (MG) teve como base uma propriedade modal de 500 hectares. “Houve um aumento considerável dos custos com insumos, especialmente defensivos e constatou-se também uma migração, principalmente de pequenos produtores, para a cultura de grãos, que está remunerando melhor”, explicou Avellar.

A receita obtida com a produção de cana, segundo relato dos produtores, foi de R$ 93,08/tonelada, suficiente para cobrir o COT de R$ 82,61/tonelada, dando uma margem líquida positiva de R$ 10,74/tonelada. Contudo, esta mesma margem fica negativa (-R$8,80/tonelada) quando são incluídos no cálculo os custos totais (R$ 101,88/tonelada).

Também participaram do levantamento analistas do Pecege/Esalq/USP, representantes dos Sistemas Faemg/Senar e Faesp/Senar, produtores e representantes dos sindicatos rurais dos dois municípios.