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Clima reduz safra pernambucana de cana

O setor sucroalcooleiro de Pernambuco chega ao final da safra 2005/06 com uma previsão de redução média da ordem de 17% em relação à safra 2004/05. As 25 usinas localizadas na zona da Mata do estado esmagaram 13,6 milhões de toneladas de cana, informa o presidente do Sindicato das Indústrias de Açúcar e Álcool, Renato Cunha.

O faturamento deve cair R$ 300 milhões, informa. “O dólar baixo e a diminuição da produção não conseguiram suplantar a melhoria dos preços internacionais do açúcar”, afirma Cunha, acrescentando: “a queda é ainda mais acentuada se levarmos em conta os investimentos que foram feitos pelo setor. Esperávamos ter nessa safra um volume maior do que na safra passada, mas vamos ficar com muito esforço perto dos 13,8 milhões”, diz.

Com o final da safra, o setor em Pernambuco teve uma produção de 1,2 milhão de toneladas de açúcar. Desse total, 620 mil toneladas, ou 55% da produção, serão destinadas ao mercado internacional.

Com relação ao etanol, já foram produzidos 328 milhões de litros. O Estado será responsável, nesta safra, pela exportação de cerca de 90 milhões de litros, ou 27% dessa produção.

As irregularidades climáticas do Nordeste com extremos de temperatura (verão de altos índices de insolação e invernos de elevadas precipitações) fizeram com que o estado tivesse desempenho abaixo do esperado para a safra 2005/06.

Renato Cunha lembra que no verão de 2005 muitas raízes de cana morreram, representando grande prejuízo para os produtores. “Em algumas regiões as chuvas no verão de 2005 tiveram em média menos de 40 milímetros/mês, contra cerca de 250 milímetros/mês no mesmo período de 2004”. Por causa disso, em algumas áreas da Zona da Mata de Pernambuco a redução na safra será de 40%.

Na análise comparativa com outras regiões açucareiras do país, Cunha mostrou que enquanto o Nordeste vem apresentando queda na produção de cana, a região Centro-Sul está ampliando a produção, que saltou de 297 milhões de toneladas em 2003/04 para uma estimativa de 337 milhões em 2005/06. Ele diz que com isso, criam-se distorções, em razão da concentração no Centro-Sul. Para resolver essa questão, Cunha vem sugerindo à Casa Civil a adoção oficial de medidas emergenciais, como a retomada do projeto de equalização, e de obras estruturadoras na construção de barragens.

Usina investe

Com uma produção de cerca de 520 mil toneladas de cana, a Usina Estreliana, uma das maiores da zona da mata pernambucana, já iniciou o plantio de cana em seus 2 mil hectares de terra para a safra 2007/08. Com isso, a empresa projeta produção 50% maior, alcançando 800 mil toneladas de cana. O investimento no plantio foi de cerca de R$ 7 milhões.

Os números da safra 2005/06 refletem crescimento de rendimento industrial que passou de 108kg de açúcar por tonelada de cana para 114 kg de açúcar.

O resultado na produção de álcool foi de 18 milhões de litros. Para a safra 2006/07 a expectativa é atingir a marca de 600 mil toneladas de cana.

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