JornalCana

Clima fará sobrar cana sem moer em 2012

O setor canavieiro vive um momento de produtividade abaixo das expectativas do mercado e, mesmo assim, deve sobrar cana-de-açúcar sem moer nos canaviais neste ano.

A razão é climática, segundo a Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar), e o resultado é “péssimo” para toda a cadeia produtiva que sobrevive da cana -do produtor rural às fábricas de máquinas para usinas.

Atualmente, a safra total prevista para a temporada 2012/13 é de 555 milhões de toneladas no centro-sul do país, ou seja, 85 milhões de toneladas a menos que a capacidade de moagem instalada nas usinas (640 milhões de toneladas).

Até a primeira quinzena de agosto, a colheita de cana estava atrasada em cerca de 37,69 milhões de toneladas em comparação com o mesmo período do ano passado.

A quantidade moída somou 261,1 milhões de toneladas desde o início da safra até 15 de agosto. Em 2011, a colheita já havia chegado a 298,79 milhões de toneladas.

Se o ritmo da moagem não for recuperado, o prejuízo até o encerramento da temporada seria próximo dos R$ 2 bilhões em cana, segundo a entidade das usinas.

O representante da Unica na região de Ribeirão Preto, Sérgio Prado, afirma que a situação é “quase uma contradição”. “Se falta cana para moer e abastecer um mercado que já existe, como pode sobrar cana em pé?”

Ele afirmou que a explicação está na variação climática. No início da safra, muitas usinas deixaram para começar a colher mais tarde porque a estiagem já prejudicava a qualidade da cana.

Quando a planta estava boa para ser colhida, entre o final do primeiro semestre e o início do segundo, as chuvas impediram o corte.

“Não se trata de incompetência do setor para colher o que é plantado. Mas simplesmente não dá para se ignorar o clima. O clima é um dos senhores da agricultura”, disse o representante da Unica.

SOBRA MENOR

Com a estiagem que já dura mais de um mês, as usinas estão tentando tirar o atraso para reduzir a quantidade de sobra de cana nas lavouras.

“[O excedente] Deve ser menor [que os 37,69 milhões de toneladas atuais] porque as usinas vão acelerar a colheita”, afirmou Prado.

O presidente da Datagro, Plinio Nastari, minimizou o impacto para o setor: “A cana que não é colhida agora será usada no início da safra do ano que vem”.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram