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Clima e possível redução de impostos sobre combustíveis são motivos de atenção no CS Brasil

Mesmo com chuvas abaixo da média, umidade tem sido suficiente para o desenvolvimento da cana

O clima continua sendo um dos principais pontos de atenção para a safra 2022/23 de cana-de-açúcar no Centro Sul do Brasil. Em janeiro de 2022, as chuvas ficaram abaixo do normal para a maior parte do Centro Sul, exceto Minas Gerais e Goiás.

A precipitação acumulada desde outubro de 2021 ficou cerca de 23% abaixo do normal até o final de janeiro, mas 55% acima do registrado no mesmo período do ano anterior avalia a S&P Global Platts Analytics.

Apesar das chuvas abaixo do normal, a umidade tem sido suficiente para garantir o bom desenvolvimento da cana. O Índice de Vegetação para a cana a ser colhida no início da safra no estado de São Paulo, representando quase 60% da disponibilidade de cana da Centro Sul, indicava desenvolvimento próximo ao normal até 1º de janeiro, de acordo com uma simulação do TempoCampo.

Em outros estados como Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul, no entanto, o Índice de Vegetação para a cana em fase inicial está mais próximo do ano anterior e abaixo do histórico.

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O crescimento da cana nos próximos dois meses pode definir o início da safra no Centro Sul. Alguns grupos disseram que deveriam adiar o início da safra se o crescimento da cana for atrasado.

“A previsão de chuvas de longo prazo sugere chuvas próximas ou acima do normal de fevereiro a abril nas principais regiões canavieiras, o que será importante para o bom desenvolvimento da cana. Uma previsão meteorológica normal suporta nossa estimativa atual de moagem de cana de 555 milhões de toneladas para o Centro Sul do Brasil 2022-23. Mas se as chuvas mais secas do que o normal persistirem, pode haver um risco negativo para nossos números”, explica a consultoria.

Outro ponto de atenção são as recentes discussões sobre mudanças nos impostos sobre combustíveis no Brasil. Uma proposta de emenda à constituição está sugerindo que os governos federal e estadual cortem impostos de todos os combustíveis na tentativa de aliviar a pressão inflacionária. Se todos os impostos federais forem zerados para gasolina e etanol hidratado, e as mudanças forem repassadas ao longo da cadeia, os preços da gasolina na bomba ganhariam até 8 pontos percentuais de vantagem sobre o hidratado.

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“Isso pode reduzir a demanda de etanol e, consequentemente, impactar os preços do etanol nas usinas, afetando o mix de açúcar na safra 2022/23. Há espaço para um aumento adicional no mix de açúcar em relação à nossa estimativa atual de 45% para 2022-23”, conclui a Platts.

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