Clima deverá beneficiar próxima safra da região
Com mais de 70% da safra de cana-de-açúcar colhida no Nordeste do país, as usinas de açúcar e álcool da região já começam a fazer suas estimativas para o próximo ciclo, a 2007/08, com início a partir de setembro deste ano.
“A região Nordeste tem recebido um bom volume de chuvas nas últimas semanas, o que poderá beneficiar os canaviais na próxima safra”, diz Renato Cunha, presidente do Sindicato das Indústrias de Açúcar e Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar/PE).
Ainda em curso, a safra nordestina de cana em 2006/07 está estimada em 53 milhões de toneladas, volume 7% superior que o da temporada anterior, de acordo com Cunha. A produção de açúcar deverá ficar em torno de 4 milhões de toneladas, das quais pelo menos 60% serão exportadas. Já a oferta de álcool está projetada em 1,65 bilhão de litros.
No Nordeste, a colheita da cana deverá ser concluída entre o fim do próximo mês de fevereiro e início de março. Nas duas últimas safras, o clima seco comprometeu a oferta da matéria-prima. A região responde por 15% da safra nacional de cana. Com topografia acidentada, o que limita a expansão na região, as tradicionais usinas nordestinas migraram para o centro-sul do país. Esse movimento migratório ocorreu principalmente a partir da metade dos anos 90.
Os Estados de Minas Gerais e São Paulo foram os principais alvos dos grupos do Nordeste. A região do Triângulo Mineiro tem concentrado os principais investimentos. Grupos alagoanos como Coruripe e Carlos Lyra têm mais unidades produtoras em Minas Gerais do que em seu Estado de origem.
Nos últimos três anos, alguns grupos do Nordeste começaram a investir em novas unidades na região Centro-Oeste do país, que é apontada como uma nova fronteira agrícola para cana, com terras mais baratas e mercado local com boa demanda por álcool combustível. Grupos como Tavares de Mello e EQM possuem unidades nessa região.(MS)
