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Cientistas dizem que a energia solar é mais eficiente que a nuclear

A energia solar, e não a nuclear, deverá ser prioridade do governo do Reino Unido no planejamento da produção futura de energia, de acordo com cientistas que escreveram na edição desta quarta-feira (01) da revista Nature Materials.

Desafiando os defensores da opção nuclear, os pesquisadores da Imperial College London disseram que a opção fotovoltaica, a conversão direta da luz solar em eletricidade, pode alcançar e até ultrapassar a produção da indústria nuclear atual, antes que qualquer novo reator possa começar a operar.

O Reino Unido gera 12 gigawatts de eletricidade por meio de estações nucleares, cerca de um sexto do total da geração de eletricidade do país. Essa é a quantidade que a Alemanha pretende gerar pela técnica fotovoltaica até 2012, se continuar expandindo seu programa de energia solar.

Os pesquisadores disseram que o Reino Unido, que tem um perfil solar semelhante ao da Alemanha, poderia produzir 12 gigawatts de eletricidade solar até 2023 se expandisse a produção em 40% ao ano, menos do que o índice mundial em 2004, que foi de 54%.

Porém, em contraste com outros países desenvolvidos, o Reino Unido recentemente parou na metade o programa de instalação de conversores de energia solar em 3.500 telhados. Isso comparado à instalação completa de 70 mil no Japão e cem mil, na Alemanha.

“O Reino Unido está claramente tomando uma decisão diferente de seus competidores industriais e, na minha opinião, menos sensata também. O Sol é a nossa maior fonte de energia sustentável e a tecnologia necessária para entrar nessa é muito simples. Enquanto a pesquisa continua, esta vai se tornar uma maneira cada vez mais eficiente e barata de atingirmos nossas necessidades de energia”, disse o autor do estudo, Keith Barnham, professor no Imperial College London.

Um obstáculo para o desenvolvimento de uma indústria competitiva de energia solar no Reino Unido, segundo o artigo, é uma propensão à energia nuclear por parte das elites científicas e governantes.

“A fusão ainda está a cerca de 40 anos de distância de ser eficientemente desenvolvida e, em qualquer caso, é provável que produza um quarto do poder elétrico que as células solares que já estão funcionando produzem agora em Londres. É um absurdo que as autoridades estejam colocando tanto dinheiro em algo que pode não produzir nada mais do que algo que já existe”, disse Barnham, apontando o gasto do país, de sete vezes mais, no período de 2004-2005, em pesquisa e desenvolvimento de fusão nuclear do que em pesquisa fotovoltaica.

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